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As contas de luz ficarão mais caras neste ano. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai aumentar os valores das bandeiras tarifárias, e a previsão de reajuste na bandeira vermelha 2 — o patamar mais alto do sistema — é superior a 20%. A medida é uma resposta ao acionamento de termelétricas diante da pior crise hídrica na região de hidrelétricas em 91 anos.
Os novos valores ainda não foram definidos, mas a bandeira vermelha 2, que hoje está em R$ 6,24, deve ultrapassar R$ 7,57, patamar que havia sido indicado pela Aneel em consulta pública em março, antes de a crise hídrica ficar clara. O valor é cobrado a cada cem quilowatts-hora (kWh) consumidos.
A alta também é motivada por um rombo de R$ 1,5 bilhão na conta das bandeiras neste ano. Será o primeiro reajuste nos valores desde 2019. Os valores foram mantidos em 2020 e a bandeira verde foi acionada de junho a novembro. Agora, a previsão de analistas é manter a bandeira vermelha 2 até novembro de 2021, quando tem início o período de chuvas.
Entenda – A bandeira tarifária é um adicional cobrado nas contas de luz para cobrir o custo da geração de energia por termelétricas. O mecanismo divide o sistema em três cores: verde, amarela e vermelha (que tem dois patamares). A Aneel diz não prever a criação de uma nova cor para as bandeira.
Efeito colateral – O agravamento da situação hídrica tem levado especialistas a revisarem as expectativas de inflação para 2021 e a preverem novos impactos sobre a atividade econômica — sobretudo indústria e serviços — com o aumento do custo da energia elétrica. (Essencial – O Globo)