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POR LUCIENE VIEIRA (JORNAL PEQUENO)

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em todo o mundo, entre as categorias que nunca pararam estão os profissionais da comunicação, sempre na linha de frente para deixar a população bem informada sobre os fatos relacionados à doença e a respeito de outros assuntos de interesse da sociedade. Na capital maranhense, a realidade não foi diferente. Todos os dias, repórteres, cinegrafistas, fotógrafos, apresentadores, locutores, entre outros trabalhadores dos órgãos de imprensa, estiveram e estão sempre a postos para alimentar os noticiários; e muitos na linha de frente da Covid-19. 

Enquanto esperavam pela tão esperada vacina, que chegou para a categoria no dia 29 do mês passado, muitos perderam a luta para o vírus. Um levantamento feito pelo Jornal Pequeno apontou que 15 profissionais da imprensa morreram por complicações provocadas pelo novo coronavírus, na capital maranhense. A matéria foi divulgada pelo JP impresso em sua edição desse domingo, 13.

PRIMEIRA VÍTIMA – A primeira vítima da Covid-19, em São Luís, foi o radialista Roberto Fernandes, da rádio Mirante AM, que faleceu no dia 21 de abril de 2020. Roberto Fernandes esteve internado por quase um mês, no Hospital UDI, em São Luís, após apresentar um quadro de pneumonia.  

Roberto Fernandes tinha 61 anos e era natural de Vitória de Santo Antão (Pernambuco). Ele era formado em jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão (Ufma) e teve passagens pela Rádio São Luís AM, TV Brasil e Rádio Educadora AM. Por 20 anos, Fernandes comandou o programa Ponto Final, na Rádio Mirante AM, e também era apresentador do quadro de política do Bom Dia Mirante, na TV Mirante.

Outro que perdeu a vida para o novo coronavírus foi o jornalista Ronald Damasceno, que morreu no dia 13 de maio, do ano passado. Ronald Damasceno foi diretor executivo do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Regional dos Lagos Maranhenses, o Conlagos, onde prestou relevantes serviços. Formado na Universidade Federal do Maranhão (Ufma), na turma de jornalismo de 1986, ele atuou em defesa dos municípios da Baixada Maranhense como técnico do Conlagos.

No dia 26 de fevereiro de 2021, morreu o radialista Juarez Sousa, 58. Juarez trabalhava na rádio Educadora, onde apresentava o programa Tambores da Ilha, ao lado do jornalista Joel Jacinto. Juarez Sousa também atuou na cobertura do Carnaval em São Luís e era cronista esportivo. Por diversos anos, o radialista apresentou o programa ‘Canta Maranhão’, nas rádios Educadora e Difusora AM, ao lado da também falecida Helena Leite.

Perdeu também a batalha para a Covid-19 o cinegrafista Sidney Piedade Carvalho, que trabalhava na TV Assembleia. Segundo informações de familiares, ele não foi testado, mas estaria com sintomas do novo coronavírus. Ele estava em isolamento domiciliar e passou mal no dia 26 de abril de 2020. Ainda foi levado à Upa, porém não resistiu.

ALFREDO MENEZES

Tradicional jornalista esportivo do Maranhão, Alfredo Menezes morreu no dia 27 de abril de 2020, em São Luís. Aos 72 anos, Menezes não resistiu às complicações causadas pela Covid-19. De acordo com familiares, Alfredo Menezes chegou a ser internado no HCI, mas, como apresentou melhoras, foi liberado para se tratar em casa. Amanheceu com falta de ar e veio a óbito por volta das 9h30 do dia 27. Ele era solteiro e morava com parentes.

O jornalista foi um dos fundadores da Associação de Cronistas e Locutores Esportivos do Maranhão (Aclem). Nascido em Itapecuru, no dia 11 de fevereiro de 1948, Alfredo Menezes estava aposentado de suas atividades jornalísticas.

RÉGIS MARQUES

No dia 17 de dezembro, do ano passado, vítima da Covid-19, morreu o jornalista Régis Vera Cruz Marques, aos 62 anos. Ele estava internado na UTI do Hospital Centro Médico, em São Luís, por conta do novo coronavírus.

Régis Marques atuou em vários órgãos de comunicação, como Jornal de Hoje e Diário do Norte, e foi diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa do Maranhão.

Régis Marques era filho do jornalista Vera Cruz Marques, que foi cassado pelo golpe de 1964.

ROSENIRA ALVES

No dia 29 de março de 2021, a jornalista e colunista social Rosenira Alves, 60, morreu em decorrência de complicações causadas pela Covid-19. Rosenira ficou internada por duas semanas em um hospital de São Luís. Ela chegou a ser intubada devido ao agravamento do seu estado de saúde. 

Rosenira era colunista do Jornal Pequeno, e teve passagens pela Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) e Câmara Municipal de São Luís.

Também em março deste ano, morreu o jornalista Maycon Rangel Abreu Ferreira, que fazia parte da assessoria de comunicação do Instituto Federal do Maranhão (Ifma). 

BATISTA MATOS

No dia 31 de março de 2021, faleceu João Batista Matos, que era natural de São Luís e formado em Rádio e TV pela Universidade Federal do Maranhão. Batista Matos estava no exercício do mandato de vereador e era vice-líder do governo municipal na Câmara de São Luís. Antes de atuar na vida política, ele trabalhou nos jornais O Estado do Maranhão, O Imparcial e nas emissoras de rádio FM Esperança e Mirante AM. Foi também secretário municipal de Comunicação no primeiro mandato de Edivaldo Holanda Júnior como prefeito de São Luís.

CARLOS HENRIQUE

No dia 28 de abril, deste ano, morreu em São Luís, aos 78 anos, o radialista Carlos Henrique Cavalcante, o ‘Galinho’, vítima de complicações causadas pela Covid-19. Carlos Henrique estava internado há vários dias em estado grave no Hospital do Servidor, lutando contra a doença, mas não resistiu. Ele apresentava o “Programa do Galinho”, na Rádio Educadora Rural do Maranhão, desde 1966, data de fundação da emissora.

Um dia depois da morte de Carlos Henrique, no dia 29 de abril, morreu o jovem cinegrafista Dorivan Lopes Costa. Dorivan tinha 57 anos e foi internado no dia 21 de abril no Hospital de Cuidados Intensivos, na capital. O cinegrafista Dorivan Lopes trabalhou como câmera de estúdio na TV Mirante por 15 anos.

RUBEN MUKAMA

No dia 4 deste mês, outra perda para a comunicação maranhense, com a  morte do jornalista Ruben Mukama, 53 anos. Mukama faleceu após ter lutado por 15 dias contra a Covid-19. Internado desde o dia 21 de maio, ele teve

uma piora rápida chegando a ser intubado. Ruben Mukama deixou esposa e uma filha. Ruben Mukama foi jornalista do Sistema Mirante, da Rádio 92.3 e da FM Esperança. Também trabalhou na Secretaria de Comunicação do Governo do Maranhão e foi superintendente de Marketing da Prefeitura de São Luís, na gestão do prefeito João Castelo.

DUAS PERDAS NA ESPERANÇA FM 

Neste mês, a Rádio Esperança FM, de São Luís, perdeu dois de seus colaboradores para a covid-19. Na última terça-feira (8), morreu o locutor Ronian Martins Costa. Ele apresentava o programa Evangelho em Foco, nas tardes de sábado. Ronian Costa era servidor do Detran, onde exercia a função de examinador de trânsito.

Também na terça-feira, morreu a missionária Gilvanete Macêdo, da Assembleia de Deus/Campo Tirirical. Gilvanete auxiliava na apresentação do programa Koinonia. 

RUBINHO JONNES

O último nome do levantamento, concluído neste sábado (12), é o de Rubens Gomes, carinhosamente chamado de Rubinho Jonnes, de 57 anos, que faleceu na manhã do dia 12 de junho, no Hospital Guarás, onde estava internado desde o começo deste mês e foi intubado no dia 4. 

Turismólogo e pós-graduado em Assessoria de Comunicação, Rubinho Jonnes apresentava o programa ‘Na Hora do Rush’, nos fins de tarde, na Mirante FM. Rubinho fazia parte da Mirante FM desde 1999, comandando programas como Na Moral, Na Hora do Rush, Mixer 96 e Coração Brasileiro.

No hospital, Rubinho estava internado desde o dia 2 de junho e apresentou uma piora no seu quadro de saúde nessa sexta-feira (11), com comprometimento nos pulmões. O enterro foi realizado na tarde de sábado, no Cemitério Jardim da Paz, em São José de Ribamar.

HISTÓRICO NO RÁDIO

Rubinho Jonnes estreou na rádio Ribamar AM, por meio de uma seleção aos 15 anos de idade. Após um longo período, o radialista foi para a rádio Mirante FM, por meio de um recrutamento, onde passou três anos. Em 1983, Rubinho Jonnes aceitou o convite para trabalhar em Brasília no DF, na rádio Jornal FM, em um programa líder em audiência local, onde passou um ano.

Logo depois, Rubinho Jonnes retornou a São Luís e foi para a rádio Mirante FM, para comandar o programa Super Dance, com participação de DJs da Ilha. Dois anos depois, aceitou a proposta para ir para a Rádio Cidade, onde alcançou uma grande popularidade em São Luís.

Anos depois, o radialista retornou à Rádio Mirante FM, para apresentar o programa Salada Mista, junto com o radialista João Marcus, de onde era funcionário até esse sábado.