A semana foi tumultuada, com discussões acaloradas e posicionamentos tempestivos, na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, antes mesmo do deputado Neto Evangelista (UB) ser anunciado como novo líder do Governo na Casa.
Os embates envolveram deputados da base alinhada a Carlos Brandão (PSB), mesclada pela Direita, dos defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro, e da Esquerda, seguidores de Lula.
Parte I – Na última terça (19) na tribuna da Alema o deputado Rodrigo Lago (PCdoB) fez duras críticas à bolsonarista Mical Damasceno (PSD) mostrando que a parlamentar faz um discurso incoerente e controverso, uma vez que apoia ações do governo estadual e detona o presidente petista o qual ela chama de ‘pinguço’.
Segundo Lago, a deputada se aliou ao prefeito de Viana em troca de cargos. “É por meio da Assistência Social Municipal, que é a primeira porta para o acesso ao Bolsa Família, o mesmo programa que o presidente dela, o (ex) presidente Jair Bolsonaro, quis acabar, praticamente inviabilizou o programa. Será que é correto isso?. Chega à Assembleia ela resolve apoiar um governo socialista, um governo amigo e aliado do presidente Lula. Para mim, isso pouco importa, porque eu não dialogo com o público dela, não votei na deputada. Eu cobro, sim, coerência do Governo do Estado”.
Rodrigo também se posicionou contra mudanças, demissão de aliados e a nomeação de “bolsonaristas” supostamente indicados pela deputada evangélica e pela prefeita Maura Jorge (sem partido), no Hospital Regional de Lago da Pedra.
O deputado ainda questionou o fato de Mical dizer que jamais apoiará a chapa do vice-governador Felipe Camarão em 2026 por conta do PT. Aliás recentemente a deputada disse em tom exaltado na tribuna da Alema, após perceber que seus comentários contra o presidente Lula não agradaram os esquerdista da Casa, que “vai deixar o pau torar e não vai se deixar levar pelo sistema”.
Parte II – Mesmo sendo uma representante da política bolsonarista no Maranhão, Mical Damasceno recebeu apoio de Neto Evangelista em sua estreia como líder do governo na Assembleia. Ao contestar a fala de Lago, ele destacou a amplitude da base governista de Brandão que consegue fazer concessões a segmentos oposicionistas em seu mandato.
Em defesa a Mical, Neto exibiu uma série de fotos da nova diretora do Hospital Regional de Lago da Pedra, ao lado de Flávio Dino, Carlos Brandão e do presidente Lula, indicando portanto que o bolsonarismo não reinou por lá como Rodrigo Lago havia dito.
O líder do governo na Alema ainda contestou uma informação dada pelo deputado Othelino Neto – que tratou como inverdade – do fechamento de restaurantes populares no interior do Estado. Neto citou que há 160 funcionando e mais quatro serão inaugurados nos próximos dias.
Parte III – O discurso de Evangelista provocou reação dos dinistas da base de Brandão, Rodrigo Lago (PCdoB), Othelino Neto (PCdoB) e Carlos Lula (PSB). O trio de parlamentares disse que as críticas vão continuar sempre que julgarem ‘oportunas’.
Neto demonstrou complacência aos colegas mas respondeu à altura afirmando que se posicionará e rebaterá “críticas injustas” ao Governo, independentemente de que lado elas venham.
Parte IV – O deputado Cláudio Cunha (PL), que hoje é da base aliada de Brandão, mas que já foi oposição ao governo, também não quis passar despercebido esta semana na Alema.
Durante sessão plenária na última quarta (20) o parlamentar disse: “eu sou um assíduo cobrador desse governo por que eu sou de uma região que a gente não tem o direito de ir e vir, uma questão da travessia precária que mudou mil por cento na gestão Brandão, e que em momentos atrás era bem pior”. Reparem que o deputado afirma que a situação era pior e que continua ruim se referindo ao transporte aquaviário. Ele citou ainda a falta de professores em algumas escolas e problemas em restaurantes populares na região da Baixada. E completou: “é a primeira vez que eu vejo no parlamento essa base aliada que cobra assiduamente, fazendo papel de oposição”. Multifacetas…