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Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro realizaram atos de vandalismo, na noite dessa segunda-feira, 12, em Brasília. Houve tentativa de invasão a um prédio da Polícia Federal. Carros e ônibus foram incendiados. Houve intervenção do futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, para garantir segurança de Lula.

Para conter os manifestantes, agentes da Polícia Federal usaram bombas de efeito moral e gás pimenta. Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve registro de feridos até o início da madrugada desta terça (13).

Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal afirmou que o protesto teve início após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o cacique José Acácio Serere Xavante. A detenção ocorreu pela suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos pelo prazo de dez dias.

Segundo a PF, Xavante teria realizado manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais de Brasília, notadamente em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília (onde invadiram a área de embarque), no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios (por ocasião da cerimônia de troca da bandeira nacional e em outros momentos).

Ao pedir a prisão temporária, a PGR disse que ele vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição de Lula e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso.

Em um vídeo enviado a jornalistas, Xavante pede aos manifestantes que não se envolvam em “briga ou confronto”.

“Meus amigos, irmãos, povo brasileiro, cacique e líderes. Estou bem, graças a Deus, e estou em paz. Quero pedir: como eu tenho amado os senhores, se os senhores me amam também, me consideram, eu quero pedir para que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial e venham viver em paz. E não pode continuar o que aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros, ataque à sede da PF”, diz.

“Sabemos que somos povo santo, povo de bem, povo que não compactua com derramamento de sangue, briga e conflito. A nossa briga não é contra as pessoas humanas. É contra as potestades espirituais, Deus abençoe a todos”, completa.

Em razão do tumulto, a Polícia Militar reforçou a segurança no hotel (a 1 quilômetro dos tumultos) onde estavam hospedados Lula, Geraldo Alckmin e grande parte da equipe de transição do novo governo, após a diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ação de Flávio Dino – O senador eleito e futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, interveio para garantir a segurança de Lula. Disse, em entrevista, que o que houve em Brasília foram atos criminosos contra a ordem pública e as instituições; que não há nenhuma hipótese de a Polícia Federal atender à “exigência absurda” dos manifestantes e soltar o indígena preso por ordem do Supremo, é que os atos de vandalismo serão investigados, e os responsáveis punidos de acordo com a lei.

“As pessoas que querem o caos não venceram e não vão vencer”, disse Flávio Dino, o futuro ministro, deixando claro, no entanto, que manifestações pacíficas são legais e serão respeitadas. “Mas terrorismo, vandalismo e violência não serão tolerados”, disse, enfaticamente.

Sereno, Dino disse que os fatos serão investigados em toda a sua extensão e que quem tiver culpa vai responder pelos crimes. “Não há hipótese de ignorar o que aconteceu hoje (ontem) em Brasília. Seria irresponsabilidade. Isso não pode acontecer e os responsáveis ficarem impunes”, garantiu Flávio Dino.