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SÃO LUÍS – A Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) em parceria com Agência de Desenvolvimento Sustentável do Corredor Centro-Norte (ADECON) e Porto do Itaqui realizou o evento “Hidrovias do Maranhão – Potencialidades no Transporte de Cargas e Passageiros” na terça-feira, 2, no Salão Nobre da FIEMA. A solenidade discutiu temas relacionados à navegabilidade dos rios maranhenses colocando em evidência a realidade atual, notadamente às questões atinentes ao meio ambiente, regulação, poder público e cases de sucesso, a fim de contribuir para a formação de opinião, orientando o governo local e sociedade civil organizada quanto às ações que devem ser tomadas para dinamizar o aproveitamento do potencial hidroviário do Estado do Maranhão.

O evento contou com a presença do presidente da FIEMA, Edilson Baldez, do diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Adalberto Tokarski, do presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), Ted Lago, do diretor de Relações Institucionais da EMAP, José Reinaldo Tavares, do presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Corredor Centro-Norte (ADECON), Roland Klein Júnior, do presidente do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos, Dionatan Carvalho, do superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Maranhão (DNIT-MA), Glauco Henrique Silva, do diretor da área internacional e de mercado da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI), Islano Marques, do superintendente do Sebrae-MA, Albertino Leal, e de forma remota, do diretor de Relações Institucionais daFrente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (FRENLOGI) e do Instituto Brasil Logística (IBL), Edinho Bez, e do presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (ABANI), Dodó Carvalho. Além de diretores da FIEMA, de entidades empresariais, empresários e autoridades convidadas.

A reunião apresentou a contribuição de diferentes pesquisadores das mais diversas áreas, com visões que foram complementadas ao longo das discussões e validadas com o trabalho de campo apresentado. São 109 municípios da região do Corredor Centro-Norte que compõe o projeto hidroviário. Foi abordado a regulação desse tipo de transporte, a operação portuária, a navegação interior, meio ambiente, tendo como referência a experiência fluvial amazônica.

O anfitrião do evento, Edilson Baldez, iniciou o encontro afirmando a importância dos temas discutidos e a disponibilidade da FIEMA para sediar eventos preocupados com o Maranhão. “Abrimos o nosso espaço aqui para um grande debate que nós precisamos fazer permanentemente em prol do desenvolvimento do Estado. Aqui é um ambiente aberto para discussões de todos aqueles temas que tenham a ver com as questões necessárias para esse desenvolvimento, fazendo parcerias com outras entidades e com o poder público”.

HIDROVIAS DO MARANHÃO – A ADECON é uma entidade do terceiro setor, que atua há mais de 15 anos em prol do desenvolvimento econômico na região que integra o Corredor Centro-Norte, em especial na hinterlândia do Porto do Itaqui. O presidente da Agência, Roland Klein Júnior, disse que o principal objetivo do evento é chamar atenção para a necessidade das hidrovias do Maranhão e ver essa possibilidade de navegação como alternativa em conjunto com os demais modais de transporte.

“Pretendemos com isso, fazer o levantamento dos estudos atualizados a respeito da navegabilidade dos rios maranhenses e identificar o que falta para que possamos ter um plano de trabalho e oferecer, até mesmo, um plano de governo que possa nortear as ações necessárias para o desenvolvimento dessa via”.

A necessidade de pensar os recursos modais transparece nos dados comentados pelo presidente da EMAP, Ted Lago. Ele revela que há um aumento da demanda de cargas de mercadorias movimentadas no Porto do Itaqui, que tem crescido a 2 dígitos desde 2015, 23% em relação ao ano anterior sobre uma base de 25 milhões de toneladas de cargas, com a previsão chegar a 40 milhões em um prazo de até 3 anos.

“O presidente Baldez sempre nos acolhe tão bem nessa casa em todos esses temas que implantamos sobre desenvolvimento do Maranhão. Temos um potencial muito grande para hidrovias. Este é um projeto ambiental onde nós precisaremos de grande força para levá-lo adiante com o selo da necessidade de recuperação das vias das bacias hidrográficas, mas também de preservação e de desenvolvimento econômico”, reforçou Ted Lago. A alternativa de utilização de hidrovias está como uma solução sustentável para evitar a poluição do meio ambiente e tornar mais eficaz o sistema de transportes brasileiro.

O presidente da ANTAQ, Adalberto Takarski, autodefine-se como um defensor intransigente da sustentabilidade. “Na hora em que você utiliza a navegação fluvial, você proporciona um transporte eficiente, de baixo custo e com menos impacto. Se compararmos o transporte de águas interiores com os de caminhão, você emite muito menos CO². Outro ganho é na segurança poque não se tem tantos acidentes, enquanto o transporte por caminhões proporciona mais de 50% dos acidentes”.

Daniele Oliveira, assessora de investimentos da XP Investimentos matriz, prestigiou o encontro e disse ser fundamental a discussão sobre as hidrovias. “É um evento que agrega muito valor à economia do Estado. Entendemos que esse tema está relacionado com o trabalho da XP, quando nós possuímos o objetivo principal de estar próximo das indústrias, dos comércios, dos grandes empresários, conhecendo melhor suas atividades e contribuindo para a economia do Estado através de uma orientação financeira”.

No encontro também foram apresentados resultados positivos quanto ao estímulo da intermodalidade de transportes como fator de competitividade na movimentação de mercadorias. Os investimentos nesse sentido prometem gerar diferencial competitivo, bem-estar e riqueza às pessoas, aos estados e aos municípios servidos pelo Corredor, com a extensão ao transporte de passageiros, segundo o diretor da ADECON.

“Nós quisemos ser o marco inicial no Estado do Maranhão, do debate e da busca de soluções na Navegação Hidroviária de Cargas e Passageiros, que venham impactar positivamente na sociedade maranhense e creio que alcançamos a missão”, conclui Roland Klein.