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O presidente Jair Bolsonaro quebrou o silêncio e se manifestou sobre a marca de 500 mil mortes na pandemia de Covid-19. “Lamento todos os óbitos. Muito. Qualquer óbito é uma dor na família”, disse, nesta segunda-feira, 21, quando questionado se iria se pronunciar sobre as mortes — a marca foi atingida no sábado.
Ao responder, Bolsonaro fez nova defesa do suposto “tratamento precoce” contra a doença — o presidente aposta no uso de medicamento sem eficácia contra a Covid e que podem oferecer riscos à saúde do paciente.
Bolsonaro participou de cerimônia de formação na Aeronáutica em Guaratinguetá (SP). Após a solenidade, o presidente se irritou ao ser questionado pela imprensa sobre ter sido multado pelo governo de São Paulo pela ausência de máscara de proteção em ato com apoiadores.
Bolsonaro mandou a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo, “calar a boca” e se recusou a respondê-la. Ele também atacou a TV Globo e abandonou a entrevista. A Globo e a TV Vanguarda repudiaram o tratamento dado pelo presidente à jornalista.
Pela manhã, Bolsonaro voltou a defender a implementação do voto impresso para as eleições presidenciais de 2022 e disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva só voltará ao cargo se houver fraude.
Análise – Os arroubos de Bolsonaro podem parecer retórica inflamada, mas produzem consequências práticas, imediatas e algumas delas insanáveis, afirma a colunista Vera Magalhães: “Na falta de reação à altura das instituições, cabe aos atores políticos perceberem a gravidade do momento e terem inteligência para se preparar para uma já contratada tentativa de ruptura institucional em 2022. Não se trata de alarmismo: Bolsonaro tem avisado que vai tentar todos os dias”. (Essencial – Globo)