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O Brasil chega ao fim de 2020 com alta nas mortes por Covid-19 e UTIs pressionadas pelo no avanço da doença. Ao menos seis estados e o Distrito Federal têm ocupação acima de 80% nos leitos públicos de terapia intensiva, mostra levantamento. Outros estão no limite da zona considerada crítica. E Manaus, capital que simbolizou o primeiro colapso da rede de saúde, em abril, já espera a repetição do caos no atendimento.

A sobrecarga da rede de saúde sinaliza o agravamento da pandemia, também exposto nas estatísticas mesmo diante do baixo índice de testagem no país. Ontem, o Brasil notificou 1.075 novas mortes por Covid-19, maior número desde 15 de setembro. Ao todo, foram 192.716 vidas perdidas para a doença este ano — o país caminha para superar a marca de 200 mil mortes em janeiro. E já soma 7,5 milhões de contágios.

A expectativa pela vacinação, que já ocorre em diversos países, recai sobre o governo federal e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ontem, a Anvisa alterou a redação de dois requisitos para a aprovação do uso emergencial de imunizante s. As farmacêuticas afirmaram que os requisitos exigiam mais tempo de preparação e informações que dependem de um acordo de compra com o governo, o que, no caso da Pfizer, cuja vacina já é aplicada nos Estados Unidos e na União Europeia, ainda não ocorreu.

O Ministério da Saúde reforçou que só vai comprar vacinas após ao aval da Anvisa e, à exceção da AstraZeneca, não fechou novos acordos com farmacêuticas. Enquanto isso, a pasta enfrenta dificuldades para adquirir seringas que serão utilizadas na vacinação nacional. A licitação para compra de 331,2 milhões de unidades conseguiu garantir 7,9 milhões — somente 2,4%.

O laboratório União Química pediu à Anvisa autorização para iniciar testes da vacina russa Sputnik V no Brasil. É o primeiro passo para viabilizar um possível registro do imunizante, que já começou a ser aplicado na Argentina. (O Globo)