“Traição rasteira”, dizem ministros do STF sobre voto do líder do governo a favor da PEC que limita poderes da Corte

Ministros do Supremo Tribunal Federal classificaram como “traição rasteira” o voto do líder do governo, Jaques Wagner a favor da aprovação, pelo Senado, na noite dessa quarta-feira, 22, da Proposta de Emenda Constitucional que limita poderes do STF.

A informação é da jornalista Eliane Cantanhede, do jornal Estado de S. Paulo e da Globo News, publicada nesta quinta-feira, 23, no X (antigo twitter).

“Ministros do Supremo classificam como ‘traição rasteira’ o voto do líder do governo no Senado, Jaques Wagner, contra eles, depois de toda resistência ao golpe bolsonarista. O recado é: ‘ou o Jaques Wagner sai, ou não tem mais papo do STF com o Planalto e o governo”, postou Eliane Cantanhede.

PEC segue para a Câmara – Após a aprovação em dois turnos no Senado, a proposta agora será enviada à Câmara dos Deputados, onde caberá ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), decidir como será a tramitação.

Do ano de 2021, a PEC foi resgatada após tensão entre o Senado e o STF em meio a uma ofensiva dos senadores, apoiada principalmente pela oposição e pelo centrão. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, porém, nega se tratar de reação ou ataque contra os ministros.

Senado aprova PEC que limita poderes do Supremo e proposta vai para Câmara

O líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), votou a favor do texto, e o resto da bancada petista foi contra.

Foi retirado do texto um dispositivo que limitava os pedidos de vista — um prazo extra para análise de casos. O projeto determinava que esse recurso devia ser coletivo e limitado a seis meses, renovado por mais três.

O relator incluiu ainda uma emenda apresentada por Pacheco que garante às advocacias das Casas Legislativas a defesa quando o Supremo analisar a constitucionalidade de lei federal. Anteriormente, ficava a cargo da AGU (Advocacia-Geral da União).