A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou, nesta quinta-feira (11), roda de conversa para engajamento de homens na reflexão crítica sobre masculinidades e machismo. A iniciativa foi sediada no Centro de Cultura Negra, bairro João Paulo, em São Luís e contou com a presença de representantes de Movimento de Terreiro, Movimento Negro e de Blocos Afros.
“É uma questão cultural que o homem não busca atendimento em saúde. Diante disso, é trabalhando temáticas como paternidade, masculinidades e gênero que iremos diminuir os indicadores no nosso estado, uma vez que o Maranhão tem a especificidade das comunidades quilombolas e população negra, algo importante que precisa ser visto a partir dos determinantes”, disse a coordenadora de Atenção à Saúde do Adulto e Idoso da SES, Claudiana Cordeiro.
A escuta tem como objetivo munir a população masculina com informações para uma abordagem que incentiva o envolvimento dos homens no aprender com questionamento e reflexão crítica sobre normas de gêneros, ensaiar atitudes e comportamentos equitativos e não-violentos, impactando as gerações, seus relacionamentos e vidas.
“A partir do momento que a gente faz uma integração de políticas, a gente tem a perspectiva de fortalecimento em se tratando de saúde do homem. Sobretudo do ponto de vista cultural, ainda há um déficit muito grande, ainda mais no estímulo ao autocuidado”, disse a coordenadora de Atenção às Políticas de Promoção da Equidade em Saúde da SES, Ana Luísa Borges.
Durante a roda de conversa, foram feitas provocações com questionamentos como “Que masculinidade é essa?” e “Como eu me vejo?”. A ideia foi trazer à tona a realidade de que muitos homens não estão habituados a exercitar o alto olhar.
Homem de Axé, membro do Terreiro de Iemanjá e representante da Federação de Umbanda do Estado Maranhão, Biné Gomes Abinokõ destacou o envolvimento entre o poder público e a sociedade civil. “Nós, enquanto homens de terreiro e de axé, só temos a agradecer. Um momento como este é de grande importância para todos nós, ainda mais porque podemos transmitir todas essas informações para os homens que estão lá na ponta, dentro dos terreiros, dentro da comunidade de axé”.
“Existem diferenças entre os homens negros sudestinos, nortistas e nordestinos, por exemplo. Sempre que fazemos a reflexão sobre masculinidades, é preciso levar em consideração que elas vão se subdividir de várias formas de acordo com influências que temos, com os recortes de raça e de regionalidade, pois cada localidade tem forma própria de manifestar seus afetos”, observou o psicólogo e educador Rômulo Mafra Cruz.
O momento de discussão aconteceu dentro do contexto de incentivo da população masculina do Maranhão para que esteja sensível aos cuidados com o corpo e a mente, principalmente na prevenção ao câncer de pênis, próstata, violência urbana e adoecimento psicológico.