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Depois de conseguir a prisão, pela segunda vez, do ex-deputado federal e ex-prefeito de Pirapemas Elizeu Moura, o promotor de Cantanhede, Márcio Antônio Alves de Oliveira, afastou qualquer sentido irônico na denominação “A Justiça é cega” para a segunda fase da Operação Matt (deusa egípcia da Justiça).

Promotor Márcio Antônio ao lado do Procurador Geral de Justiça, Eduardo Nicolau, na entrevista coletiva

Moura foi preso na primeira fase da operação em dezembro de 2023, levada a cabo pelo Ministério Público do Estado com colaboração da Delegacia Especial de Investigações Criminais DEIC, da Polícia Civil.

A operação se desenvolveu em quatro alvos no estado: Cantanhede, Pirapemas, Matões do Norte e São Luís.

Além de Moura foram presos preventivamente, nesta quarta-feira, 24, em São Luís, o secretário municipal Manuel Erivaldo Costa e o engenheiro Luiz Henrique Paiva.

Em Cantanhede, o ex-prefeito do município Márcio Antônio Rodrigues, ‘Ruivo’; e, em Porto Alegre (RS), o advogado Sílvio Cadermatori Neto.

Este último responde por ações criminosas em outros estados.

A prisão no Rio Grande do Sul foi coordenada pelo delegado Cassio na Cabral, da DEIC no estado.

Durante coletiva de imprensa, o procurador Geral de Justiça, Eduardo Nicolau, negou que esteja havendo perseguição a prefeitos e ex-prefeitos pelo Ministério Público no estado, e afirmou que a repetição de alvos no combate à corrupção se deve ao surgimento de novos crimes envolvendo nomes repetidos no curso das investigações.

Mediante a quebra de sigilo dos processos, o promotor Márcio Antônio Oliveira detalhou as denúncias contra os presos. Em Cantanhede, o ex-prefeito Marco Antônio Rodrigues, conhecido ‘Ruivo’, contratou a empresa IOS Investimentos de propriedade de Luiz Henrique Paiva para prestar serviço de limpeza pública, capina e roçagem, no município.

Com apenas seis pessoas cadastrada como funcionário, sendo três na qualidade de serviços gerais. Cantanhede tem mais de 20 mil habitantes e um território de 700 km².

O gestor Marco Antônio ‘Ruivo’ utilizou uma conta pública do município para efetuar o pagamento do imposto sobre serviço da empresa. O mesmo ato foi repetido pelo ex-secretário e empresário Manuel Erivaldo Costa.

Tanto o ex-prefeito quanto o empresário foram denunciados por corrupção passiva, ativa, lavagem de capitais.

Em Cantanhede também foi constatado desvio de recursos da educação, oriundos dos precatórios do Fundef.

Nesse município o advogado Sílvio Cadermatori Neto desvio para sua conta pessoal a soma de R$ 2,6 milhões, distribuídos depois para contas de laranjas.

Em relação a Matões do Norte, o ex-gestor, Domingos Paz que está preso é apontado como autor de contratos fraudulentos envolvendo 25 de pessoas carentes residentes no município que prestaram serviços de transporte para a prefeitura e nunca receberam pagamentos.

O promotor não sou precisar o desvio embutido nos contratos. Paz foi enquadrado pelo crime de estelionato por 25 vezes.

O ex-prefeito de Pirapemas Elizeu Moura conseguiu a façanha, segundo o MP, de extraviar cinco processos judiciais nos quais aparece como réu.

Para fazer desparecer os processos, o ex-deputado federal contou com a colaboração do atual procurador municipal, Ramsés, afastado do cargo no bojo da segunda fase da Maat ‘A Justiça é cega’.

Todos os presos em São Luís foram recolhidos para o sistema penitenciário da região metropolitana.

Ex-prefeitos de Cantanhede e Pirapemas são presos acusados de corrupção e desvios de recursos públicos

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