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Investimento previsto no planejamento da empresa é de R$ 10 bilhões na chamada Margem Equatorial, que passa pelo Maranhão e vai até o Rio Grande do Norte

Na primeira quinzena de dezembro, a Petrobras realizará um simulado de situação de acidente durante a atividade de exploração de petróleo. O exercício será na costa marítima do Amapá, distante cerca de 200 quilômetros da base no município de Oiapoque, que fica no norte do Estado e ocorrerá na divisa com a Guiana.

A ação será feita com supervisão do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais) e vai simular uma situação de emergência durante a operação de uma sonda de perfuração. Esta é a última etapa para a emissão de licença ambiental para a atividade na área. A exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial está no planejamento estratégico da Petrobras, com investimentos previstos da ordem de R$ 10 bilhões.

A Margem Equatorial é vista pelo setor como uma área estratégica e uma fronteira promissora de águas profundas para a produção de petróleo e gás natural. Já foram descobertas bacias com alto potencial de exploração na Guiana e no Suriname e no Brasil, numa faixa marítima que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, passando pelo Pará, Maranhão, Piauí e Ceará, estão previstos 14 poços exploratórios em 21 blocos e em duas áreas de avaliações de descobertas.

A simulação vai testar a capacidade da empresa no controle de eventual vazamento de óleo, em caso de acidentes. Caso seja avaliada positivamente pelo Ibama, que vai acompanhar os trabalhos, o órgão federal deve liberar a licença para perfuração do primeiro poço, que vai então dar uma dimensão do potencial da nova descoberta brasileira de reservatório de petróleo e gás.

A atividade de simulação de acidente vai envolver grande estrutura. De acordo com informações da Petrobras, além da sonda de perfuração, participarão cinco embarcações de grande porte, mais três helicópteros para ações de monitoramento e transporte de equipes, que somam cerca de 450 pessoas.

A logística para transporte de suprimentos para a sonda utilizará o porto de Belém como base de apoio. “De lá, seguirão por embarcações todos os equipamentos e suprimentos para a operação exploratória na região de Amapá, em Águas Profundas. Já a logística aérea utilizará como base de operação offshore o aeroporto de Oiapoque e, como ponto de apoio, o aeroporto de Macapá”, informou a assessoria da Petrobras.

Licença é aguardada para este ano – A expectativa da Petrobras é de que com a realização do simulado e mesmo faltando poucos dias para 2023, a licença seja emitida ainda este ano.

“Tendo a licença, a gente faz na sequência a primeira perfuração. Isso está planejado e estamos só aguardando de fato o Ibama autorizar para que a gente possa começar os trabalhos. A expectativa é que a licença saia este ano e a primeira perfuração ano que vem”, afirma Rafael Chaves, diretor de relações institucionais e sustentabilidade da Petrobras.

Segundo ele, o Ibama tem acompanhado de perto os estudos e os trabalhos sobre o projeto. “Uma vez que é feito o simulado, o Ibama que autoriza. E a gente faz então a perfuração do que chamamos de primeiro poço exploratório, para avaliação do reservatório após a perfuração. O diálogo com o Ibama é excelente. O próprio Ministério do Meio Ambiente também, todo mundo entende a importância disso para a região em termos de geração de emprego, geração de renda, mais investimentos. Então acho que esse é um ponto comum entre Ibama, Ministério, então tem tudo para dar certo”, avalia Chaves.

Segundo Rafael Chaves, a área é estratégica e o investimento está previsto no planejamento da empresa, com aporte da ordem de R$10 bilhões. Para ele, o questionamento ambiental por se tratar de exploração de petróleo em área próxima da foz do Amazonas deve ser visto sob o ponto de vista do cuidado que a empresa vem tendo. “O posicionamento da Petrobras é pelo desenvolvimento sustentável. É inaceitável ter um desenvolvimento que não seja sustentável, ou seja, que não garanta a sustentabilidade do planeta. Mas também lutamos pelo desenvolvimento. Também é inaceitável não desenvolver. A gente precisa investir no Norte e no Nordeste, beneficiando as pessoas hoje, transformando recursos brasileiros em riquezas”, afirma.

O diretor da Petrobras destaca que o investimento será de grande porte e irá beneficiar estados e municípios. “A Petrobras não escolhe região geográfica, escolhe boas oportunidades de reservatório. Sempre que a gente encontra reservatórios que são muito produtivos, que entrega uma quantidade grande, com baixa emissão, a gente encontra um petróleo que chamamos de duplamente resiliente. Ele tem um baixo custo de produção e uma baixa emissão de gás de efeito estufa. Então, sempre que a gente encontra esses reservatórios, a gente vai e investe”, afirmou.

O executivo destacou, também, a experiência da companhia nesse tipo de exploração e credencia a atividade como segura. “Então, esse é um reservatório que está no Brasil, no Norte e Nordeste, em águas muito profundas, que é justamente a especialidade da Petrobras. Ninguém sabe explorar e desenvolver petróleo e gás em águas profundas melhor do que Petrobras. Essa é a excelente notícia: a Petrobras está investindo no Norte e no Nordeste do país, no litoral, desenvolvendo a margem, gerando emprego, gerando renda para a Petrobras e para o país”, defendeu.

Sobre a questão da geração de royalties, só é possível estimar a partir da definição da capacidade e da qualidade do petróleo, para que então sejam feitos os cálculos do que deve ser pago aos Estados e municípios. “Todos os estados vão receber e serão beneficiados. Seja de forma indireta, através de geração de emprego e de renda, mas de royalties e de impostos que acabam revertendo em receita em todas as esferas. Lembrando que a Petrobras no ano passado contribuiu com mais de 230 bilhões de reais para todas as esferas de governo. Então, esse é um projeto que vai gerar um benefício muito grande para todos os Estados brasileiros” argumenta Chaves. (Com O Liberal)