-->

Um depoimento do motorista de carrinho de lotação que transportava o auxiliar de perito Salomão Matos dos Santos, assassinado a bala no estacionamento da UPA do Parque Vitória, na madrugada desta sexta-feira, 29, indica que o crime pode ter sido cometido por policiais.

Os dois trafegavam pelo Parque Vitória quando foram interceptados por quatro homens armados que ocupavam um veículo Duster (Renault), de cor branca. Temendo tratar-se de um assalto, Salomão disse ao motorista que não parasse e acelerasse. Em frente à UPA daquele bairro, assustado, o auxiliar de perito desceu do veículo e correu para dentro da unidade hospitalar, sendo perseguido e assassinado a bala.

O motorista afirmou que após matarem Salomão, os homens voltaram, identificaram-se como policiais e fizeram revistas nele e em seu carro, deixando o local em seguida.

O QUE JÁ PUBLICOU O INFORMANTE NESTA MANHÃ –

A ilha de São Luís foi palco de uma série de homicídios na noite passada, após o assassinato do Tenente Coronel Ronilson, da Polícia Militar do Estado. O crime gerou uma onda de revolta no seio da PMMA, principalmente entre oficiais mais antigos. Ex-integrante do Batalhão de Choque, Ronilson era muito querido na tropa.

Logo após o crime, o Coronel reformado Ivaldo gravou um áudio preocupante, pregando justiça com as próprias mãos, e jogou nas redes sociais. “Eu sempre disso isso, na ativa, na reserva, onde quer que eu esteja: bandido é bandido, só entende uma linguagem, que é a força. Agora que é a hora da Polícia Militar ir lá e ‘sentar o dedo’ em todo mundo, rapaz… porque não é possível um negócio desse: fica todo mundo calado, com medo de uns p….. desses; esses p….. pensam que são o quê, rapaz”…? pregou Cel. Ivaldo. No vídeo, o coronel reformado ofende o Comandante Geral da PMMA, Cel. Pedro Ribeiro, classificando-o como “apenas um office boy do secretário de segurança”, e sugere a saída de Jefferson Portela.

REPRESENTAÇÃO CONTRA IVALDO – Em contato com O INFORMANTE, nesta manhã, Jefferson Portela disse que vai representar contra o Coronel Ivaldo, ainda  hoje, junto ao procurador geral de Justiça, Eduardo Nicolau. Portela classificou de “completamente irresponsável” o áudio do Cel. Ivaldo, disseminado em meio à tropa logo após a morte de Ronilson. Para o secretário, trata-se de uma pregação de “justiça com as próprias mãos”.

SÉRIE DE ASSASSINATOS – Coincidentemente, seguiu-se após a execução do Ten Cel Ronilson uma série de crimes na ilha de São Luís. Uma delas atingiu em cheio a secretaria da Segurança. Aconteceu pouco antes das 2h da madrugada. Menos de 8 horas após o assassinato a tiros do oficial Ronilson, no Residencial Pinheiro, ocupantes de um veículo Renault Duster, de cor branca, invadiram o estacionamento da UPA do Parque Vitória e mataram a tiros o auxiliar de perito Salomão Matos dos Santos. Salomão era lotado no Instituto de Identificação e estava em um carrinho de lotação, apenas com o motorista, quando percebeu o Renault branco atrás deles. Temendo um assalto, pediu ao motorista que acelerasse. Ao se aproximarem da UPA do Parque Vitória, disse ao condutor do carrinho de lotação que adentrasse ao estacionamento. Já dentro do estacionamento, os ocupantes do Duster desceram e dispararam contra o auxiliar de perito, que morreu no local atingido com um tiro a altura do coração.

OUTROS CRIMES – Uma hora antes do assassinato do auxiliar de perito, na rua Deputada Helena Heluy, Residencial João Alberto (Vila Lobão), dois homens em uma moto não identificada mataram a tiros o jovem Jhosef Costa Serra, de 20 anos, residente na Estrada da Vitória, s/s, bairro Santo Antônio. Nos vários disparos efetuados, uma outra pessoa foi atingida com um tiro na perna direita. Houve ainda quatro outros assassinatos durante a noite e madrugada. Os corpos estão no Instituto Médico Legal (IML), sendo submetidos a exames cadavéricos.