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As vacinas largaram na frente: agora, é a vez dos antivirais. Farmacêuticas têm avançado no desenvolvimento de remédios específicos para o tratamento da Covid-19. Algumas drogas começam a atingir os testes clínicos — a empresa de biotecnologia Molecular Partners anunciou que seu fármaco antiviral está na fase 2 de pesquisa, onde é feita uma avaliação preliminar de eficácia em humanos. Outros dois estão prestes a seguir o mesmo caminho.

O desenvolvimento de medicamentos contra o coronavírus é diferente do que ocorreu com os imunizantes. As primeiras tentativas de reaproveitar drogas já existentes surtiram pouco efeito. Cientistas tiveram que começar a projetar fármacos do zero.

Até agora, a maior parte dos tratamentos antivirais criados para a doença que conseguiram avançar são baseados em anticorpos monoclonais. Eles envolvem a produção em massa desses agentes do sistema imune humano e são considerados “biofármacos”, não drogas convencionais. É uma abordagem cara e de difícil aplicação.

O que acontece: há uma grande taxa de insucesso na fase de pesquisas envolvendo humanos, afirma Greyce Lousana, presidente da Sociedade Brasileira de Profissionais de Pesquisa Clínica (SBPPC). A própria Organização Mundial da Saúde encerrou sua iniciativa global de apoio a testes clínicos de antivirais e desviou o foco para medicamentos corticoides e outros que têm ajudado a salvar vidas em UTIs.