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O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, pediu que a Corte determine ao governo federal o afastamento cautelar de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente, revela a colunista Malu Gaspar. Furtado se baseia na notícia-crime contra Salles enviada ao Supremo Tribunal pela Polícia Federal no Amazonas. O superintendente da PF, delegado Alexandre Saraiva  foi retirado do cargo um dia depois do envio da peça.

O procurador argumenta que Salles deve ficar afastado porque pode interferir nas investigações da PF. O pedido deve ser encaminhado ao plenário do TCU pela presidente do tribunal, a ministra Ana Arraes.

Na notícia-crime enviada ao Supremo, Salles é acusado de atuar para obstruir uma investigação sobre apreensão recorde de madeira ilegal. O ex-superintendente da PF pediu ao STF para investigar o ministro por três crimes, incluindo o de organização criminosa. O presidente do Ibama, Eduardo Bim, e o senador Telmário Mota (PROS-PR), também são alvos da representação.

Contexto: a pressão sobre Salles ocorre em meio aos preparativos do governo para a participação do presidente Jair Bolsonaro na cúpula do clima convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na próxima semana. Quarenta chefes de Estado e governo foram convidados.

O teor da manifestação brasileira foi sinalizado em carta de Bolsonaro a Biden: o governo pretende pleitear ajuda de US$ 1 bilhão de países desenvolvidos para o combate ao desmatamento. Em entrevista ao jornal O Globo, Salles disse que o país tem resultados e credibilidade para pedir os recursos.

O que esperar: Bolsonaro deve fazer uma apresentação curta, de três minutos, e, desta vez, com tom diferente do adotados nas participações na ONU, conta Lauro Jardim. Biden deve anunciar aumento da meta americana para a redução de gases de efeito estufa. (Essencial – O Globo)