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Gil Maranhão

A saída do médico Nelson Teich do Ministério da Saúde teve ampla repercussão no país.

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

“O CONASS manifesta sua mais alta preocupação com a instabilidade no Ministério da Saúde e na condução da grave emergência em saúde que o país atravessa. Estamos diante da maior calamidade na saúde pública, com o maior número de mortos de nossa história recente. Não é o momento de jogar mais dúvidas neste cenário, que tem infligido tanta dor, sofrimento e morte aos brasileiros. Estabilidade, unidade técnica, esforços conjuntos, ações efetivas e compromisso com a vida e com saúde da população é o que se espera dos gestores neste momento. Em todas as esferas de governo. A instabilidade e a falta de ações coordenadas e claras, neste momento, são inimigas da saúde e da vida”. (Alberto Beltrame, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde – Conass).

OAB

“O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração nesta manhã. E assim, com método e paciência, Bolsonaro vai destruindo o Brasil e semeando a morte e o descrédito”. (Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil -OAB).

DIREÇÃO/PSDB

“A saída de Nelson Teich do ministério da Saúde confirma o que os brasileiros já sabiam. O governo brasileiro não tem planos factíveis para combater a pandemia que nos ameaça. Ao invés de buscar soluções, o presidente tem preferido desmoralizar agentes públicos e confrontar governadores e prefeitos que realmente fazem o trabalho de combate à doença. Enquanto milhares morrem perdemos tempos em políticas de tentativas e erro. A sociedade, apreensiva e perplexa, merece mais respeito, mais seriedade, menos desgoverno, menos absurdo”. (Bruno Araújo, presidente Nacional do PSDB)

DIREÇÃO/CIDADANIA

“O pedido de demissão do ministro Nelson Teich, da Saúde, tido como um homem sério, é mais uma evidência de que Jair Bolsonaro interfere e continuará interferindo politicamente em órgãos que deveriam ter atuação eminentemente técnica. Na Polícia Federal, o fez em benefício próprio, de sua família e de amigos. No Ministério da Saúde, também. Explora politicamente a doença, mesmo diante da morte de mais de 14 mil brasileiros, para guerrear com prefeitos e governadores de olho numa longínqua e incerta reeleição. Teich sai porque se recusou a agredir a ciência e o bom senso e receitar, como tratamento padrão e em fases iniciais, a cloroquina, medicamento que, até aqui, se mostrou ineficaz no combate à Covid-19, quando não ampliou a mortalidade por problemas nos rins e no coração decorrentes de seu uso. Bolsonaro trata ministros como gado. O presidente considera inimigo quem pensa diferente dele. E agora? Vai insistir em pôr o Brasil na contramão do mundo e nomear um negacionista como ele? Enquanto o governo se perde em discussões irrelevantes e troca dois ministros apenas por capricho lunático de Bolsonaro, a pandemia avança, quebra empresas e desemprega famílias, faltam leitos de UTIs, testes e equipamentos de proteção individual. Nada disso pode ser resolvido com cloroquina, mas com liderança e articulação internacional, qualidades que esta gestão já demonstrou não ter. Na democracia, certeza absoluta é a maior das ignorâncias autoritárias. Mas a saída de Teich não deixa espaço para dar ao presidente, que tenta fabricar uma realidade paralela, o benefício da dúvida. Somos (des)governados por um megalomaníaco mitômano”. (Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania).

DIREÇÃO/SOLIDARIEDADE

“Saiu quem não tinha entrado. Nesta sexta (15), o ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração do cargo, mas não sei se alguém percebeu, já não fazia diferença. O médico, apesar de conhecimento técnico, não conseguia expor suas ideias, não sabia lidar com a imprensa, teve dificuldade de se ambientar e era desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro o tempo todo, ou seja, não fez nada de significativo nos 28 dias que ficou no cargo. Desejo sorte ao sr. Teich na sua carreira, mas desejo ainda mais que o Governo Federal seja capaz de colocar alguém com envergadura para conduzir o ministério mais importante nesse momento de crise. Duvido que alguém consiga fazer o presidente aprender com a ciência e perceber que reduzir o isolamento social é colocar mais brasileiros na fila de espera por uma vaga na UTI. O Brasil precisa de liderança, mas vai ser difícil encontrar um ministro que seja capaz de lidar, ao mesmo tempo, com a crise sanitária e com os impulsos de Jair Bolsonaro”. (Paulinho da Força -SP, presidente nacional do Solidariedade).

Governadores se manifestam

Flávio Dino (PCdoB) – Maranhão

“A confusão que Bolsonaro cria é única no planeta. Espero que as instituições julguem o quanto antes a produção de tantos desastres, entre os quais a demissão de DOIS ministros da Saúde em meio a uma gigantesca crise sanitária. O Brasil merece uma gestão séria e competente”.

João Doria (PSDB) – São Paulo

“O gesto demonstra mais uma vez a insensibilidade, a intolerância e a incapacidade do presidente Jair Bolsonaro de compreender a dimensão do cargo que ocupa como presidente da republica. Presidente Bolsonaro mistura os canais e pensa que governar o Brasil é administrar sua família. Não é presidente. Espero que o sucessor do ministro Nelson Teich continue seguindo a orientação da medicina e da saúde, e que não incorra no grave erro de seguir orientações ideológicas, partidárias, pessoais ou familiares. Um ministro da saúde do Brasil deve proteger a saúde dos brasileiros e não a individualidade da intenção deste ou daquele mandatário”.

Wilson Witzel (PSC) – Rio de Janeiro

“Minha solidariedade, ministro Nelson Teich. Presidente Bolsonaro, ninguém vai conseguir fazer um trabalho sério com sua interferência nos ministérios e na Polícia Federal. É por isso que governadores e prefeitos precisam conduzir a crise da pandemia e não o senhor, presidente. É mais um herói que se vai”.

Romeu Zema (Novo) – Minas Gerais

“Tomei conhecimento do fato enquanto eu descia as escadas aqui para o primeiro andar. Como é uma informação muito superficial, eu lamento, acho que toda substituição, principalmente no caso dele, foi uma estadia curta, talvez indique que alguma coisa não foi bem conduzida, mas eu não saberia analisar neste momento”.

Rui Costa – Bahia

“Inaceitável. Plena #pandemia, em 30 dias, dois ministros da Saúde demitidos por não aceitarem seguir as orientações médicas de um presidente que nada entende de Saúde. O país exige respeito à vida, à medicina e à ciência”.