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O presidente Jair Bolsonaro continua sendo estimulado a ir a Floriano, no Piauí, município que estaria alcançando bons resultados no tratamento do coronavírus usando medicamentos como hidroxicloroquina, azitromicina e corticoides. No entanto, por enquanto, o Governo Federal destacou para a missão de ver o que está acontecendo em Floriano, e para representar Bolsonaro, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Damares chegou cedo na cidade piauiense e viajou de volta a Brasília no final da manhã.

Ela visitou o Hospital Regional, onde pacientes da Covid-19 estariam sendo curados com esses medicamentos.

Depois de uma reunião com médicos das redes pública e privada, diretor técnico do hospital, Justino Moreira; prefeito Joel Rodrigues e secretário de Saúde, James Rodrigues, Damares concedeu entrevista à imprensa na porta do Hospital Regional.

Tivemos uma reunião com a equipe médica do hospital, secretário de saúde do município, prefeito, médicos da iniciativa privada, em que foi apresentado, para o nosso ministério e para o ministério da Ciência e Tecnologia, o protocolo de enfrentamento à covid que tem sido aqui aplicado. E estamos saindo daqui impactados. Floriano está dando uma lição para o Brasil no combate ao coronavírus”, disse a ministra.

Vimos aqui a união de todos e um trabalho começando desde a atenção básica. E estamos levando oficialmente o protocolo aqui aplicado para que ele seja apresentado para todo o Brasil, porque esses resultados alcançados são incontestáveis. O protocolo daqui tem resultados, tem respaldo científico e está sendo monitorado por pessoas de fora do Brasil. Floriano tem o orgulho de ter uma cientista que está na Espanha, participando do enfrentamento naquele país. Os resultados alcançados lá, pelo trabalho que essa cientista está fazendo na Espanha, estão sendo alcançados aqui também. Já estávamos conversando com médicos daqui e do Brasil inteiro durante a semana, e, de uma certa forma, essa cidade virou uma referência para médicos de todo o país”.

A ministra falou também sobre autonomia de médicos em prescrever o remédio. Disse que “é direito do paciente saber que existe um tratamento e é direito do paciente poder escolher esse tratamento”.

Damares Alves disse, ainda, que o presidente Jair Bolsonaro manifestou interesse em estar em Floriano hoje. “Mas tínhamos pressa em vir, não dá para esperar quando pessoas estão morrendo. Então, não deu para conciliar a agente do presidente. Mas ele quer vir, quer vir a Floriano e ver de perto o que ele anunciou lá atrás, que a cloroquina podia ser uma solução. E agora estamos vendo que a cloroquina associada com outros medicamentos, com o corticoide, na primeira, segunda e terceira fase, da forma que o protocolo está sendo apresentado aqui, está dando certo”.

Afirmou também Damares que o ministro da Saúde, Nelson Teich, acompanhou a viagem em tempo real, e que ouviu médicos florianenses dizerem que “com menos de 100 reais você pode salvar uma vida e evitar que o paciente vá para a UTI. O que nós vimos aqui hoje nos deixou impactados. Floriano está dando uma lição para o Brasil do combate à covid”.

Um jornalista perguntou: “Ministra, a pandemia mostrou a fragilidade do sistema público de saúde. Essa lição vai ser convertida em novas estruturas permanentes e não provisórias”?

Damares respondeu: “Olha, o sucesso aqui está garantido, também, por causa da atenção básica. Temos que entender que o investimento da atenção básica aconteceu antes. E vimos aqui uma integração das equipes de atenção básica com as equipes do Hospital Regional…, a motivação política de fazer a coisa acontecer. Não foi só o remédio, foi uma junção de fatores que fez isso acontecer. O que nós temos que fazer? Copiar esse modelo, com a junção de forças, o investimento na atenção básica, ouvir os médicos… E nós vamos ter que discutir no Brasil sobre a autonomia dos médicos: o médico sendo responsável e tendo autonomia para clinicar no Brasil, livre de política, de ideologia… o médico é responsável pelo seu paciente, essa ligação é muito importante. Infelizmente estamos vendo em alguns estados médicos sendo percebidos quando querem aplicar esse protocolo, e estamos aqui querendo defender a liberdade do médico de dar o tratamento ao paciente”.

A uma pergunta sobre a inexistência de comprovação científica para uso da hidroxicloroquina, a ministra respondeu: “Como não tem comprovação científica? São milhares de páginas escritas por cientistas do mundo inteiro dizendo que o remédio dá certo, que a combinação dos remédios é eficaz… o que mais querem? Que desça um anjo do céu para dizer que o remédio dá certo? São milhares de cientistas atestando, médicos do mundo inteiro atestando…”.

Por fim, a ministra fez elogios ao prefeito de Floriano e ao diretor do Hospital Regional, Justino Moreira, pela coragem de enfrentar a situação. “Aqui o que a gente viu foi que as vaidades foram deixadas de lado, com o objetivo maior de salvar vidas. Eu quero parabenizar todos os médicos dessa cidade”, concluiu a ministra.