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As críticas agressivas do presidente Jair Bolsonaro levaram os ministros do Supremo Tribunal Federal a se unir de forma inédita em defesa da instituição. O entendimento entre os magistrados é de que não haverá ofensiva do governo, apesar das agressões. Para eles, é hora de se concentrar nas atividades da Corte e “não se igualar” aos ataques.

Uma próxima medida do STF pode vir de uma iniciativa da Procuradoria-Geral da República, que pediu novas diligências contra aliados de Bolsonaro, desta vez no inquérito que investiga manifestações antidemocráticas. O presidente participou de um desses atos, em Brasília.

Ontem, Bolsonaro elogiou o procurador-geral Augusto Aras e sugeriu que ele pode ser indicado ao STF, caso surja “uma terceira vaga” na Corte. Até 2022, ano em que termina seu mandato, Bolsonaro poderá indicar dois nomes ao tribunal.

O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, aventou a possibilidade de as Forças Armadas atuarem para pôr “panos quentes” na relação entre os Poderes. O vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, ambos generais da reserva do Exército, negaram risco de golpe de Estado.

Apoiadores de Bolsonaro intensificaram a militância nas redes sociais contra o STF após a operação que investiga empresários e blogueiros aliados ao governo. O repórter Guilherme Caetano rastreou o início da mobilização. (O Globo)