Apesar dos fortes rumores, em Brasília, de que Sérgio Moro vai anunciar a sua saída do Governo Bolsonaro, daqui a pouco, em entrevista coletiva de imprensa confirmada para às 11h, fontes da Justiça Federal consultadas pelo blog O INFORMANTE (JP Online) não acreditam que o ministro da Justiça e Segurança Pública entregará o cargo.
Essas fontes se baseiam em uma reunião por videoconferência, na manhã dessa quinta, 23, em que o Diretor-Geral da PF exonerado, Maurício Leite Valeixo, comunicou aos 27 superintendentes regionais e aos diretores de áreas estratégicas da corporação que, no início do ano, havia conversado com Sérgio Moro sobre seu desejo de deixar o comando nacional da Polícia Federal após “um 2019 exaustivo”.
O fato chegou a ser noticiado pelo jornal O Estado de São Paulo, em matéria assinada pelos jornalistas Fausto Macedo e Pepita Ortega.
“O delegado Maurício Leite Valeixo, diretor geral da Polícia Federal, comunicou, nesta quinta-feira, 23, a todos os superintendente regionais da corporação nos Estados, que está cansado e que no início do ano conversou com o ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) sobre seu desejo de sair do comando. Ele disse a seus pares que o motivo de sua saída não tem relação com qualquer inquérito que eventualmente possa incomodar o presidente Jair Bolsonaro”, publicou o Estadão.
Na conversa com Moro, segundo o matutino paulista, Valeixo, amigo do ministro, demonstrou exaustão, reportando-se a um 2019 tenso na direção da corporação. Nesta quinta, 23, Valeixo reuniu-se com os 27 superintendentes regionais nos Estados por videoconferência. Também participaram os delegados federais que ocupam diretorias estratégicas da PF.
Interlocutores de Valeixo dizem que a tentativa de substituí-lo ocorre desde o início do ano, mas que não teria relação com o que aconteceu no ano passado, quando Bolsonaro tentou pela primeira vez trocá-lo por outro nome. Na ocasião, o presidente teve que recuar diante da repercussão negativa que a interferência no órgão de investigação poderia gerar.
Na videoconferência de ontem, Valeixo descartou com veemência que sua saída é movida por pressões políticas. Ele afastou rumores de que sua disposição em dar adeus à cadeira número 1 estaria relacionada à uma reação de aliados de Bolsonaro por causa de investigações que incomodam o Planalto.
Como Valeixo já havia tratado de sua saída do cargo de diretor-geral da PF, Moro tentava encontrar um nome de sua confiança para o posto. Bolsonaro, no entanto, avisou que ele mesmo escolheria um substituto, informou o Estadão.
Baseados nessas informações, alguns integrantes da Justiça Federal ouvidos por O INFORMANTE acreditam que Sérgio Moro não entregará o cargo, e que convocou a entrevista coletiva para fazer esclarecimentos sobre toda essa polêmica e, possivelmente, que indicará o substituto de Valeixo.