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Em pronunciamento à Nação, na noite dessa terça-feira, 31, o presidente Jair Bolsonaro mudou o tom e defendeu um grande pacto com parlamento, judiciário, governadores, prefeitos e sociedade para a preservação da vida. No seu quarto pronunciamento em rede nacional sobre a crise do coronavírus, desta vez ele não criticou o isolamento social como forma de conter a pandemia, método defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo próprio Ministério da Saúde. Agora, o presidente se disse preocupado com a vida e também com a manutenção dos empregos. Afirmou que o remédio não pode ser pior que os efeitos que a pandemia provocará.

“Minha preocupação sempre foi salvar vidas. Tanto as que perderemos pela pandemia como aquelas que serão atingidas pelo desemprego, violência e fome”, afirmou.

Ele disse não pretender negar a importância das medias preventivas, mas ressalvou que é preciso pensar nos cidadãos “mais vulneráveis”.

“Não me valho dessas palavras para negar a importância das medidas de prevenção e controle da pandemia, mas para mostrar que, da mesma forma, precisamos pensar nos mais vulneráveis. Essa tem sido a minha preocupação desde o princípio. O que será do camelô, do ambulante, do vendedor de churrasquinho, da diarista, do ajudante de pedreiro, do caminhoneiro e dos outros autônomos, com quem venho mantendo contato durante toda minha vida pública”?

Bolsonaro elencou as medidas que o governo já tomou e destacou o congelamento dos preços dos remédio por 60 dias, que ele próprio anunciou nesta terça.

Ele disse ter como missão “salvar vidas, sem deixar para trás os empregos”.

“Por um lado, temos que ter cautela e precaução com todos, principalmente junto aos mais idosos e portadores de doenças pré-existentes. Por outro, temos que combater o desemprego que cresce rapidamente, em especial entre os mais pobres”, disse.

Segundo afirmou no pronunciamento, Bolsonaro considera que o efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus “não pode ser pior que a própria doença”.

O final do pronunciamento de Jair Bolsonaro é um alento: “Aproveito a oportunidade para me solidarizar e agradecer o empenho e sacrifício pessoal de todos os profissionais da saúde, da área de segurança, caminhoneiros e todos os trabalhadores de serviços considerados essenciais, que estão mantendo o país funcionando. Bem como aos homens e mulheres do campo, que produzem nossos alimentos.

Com esse mesmo espírito, agradeço e reafirmo a importância da colaboração e a necessária união de todos num grande pacto para preservação da vida e dos empregos. Parlamento, Judiciário, governadores, prefeitos e sociedade”.