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Na madrugada desta quinta-feira, 5, um ataque a tiros na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, chocou a população ao resultar na morte de três médicos e deixar um hospitalizado. As investigações apontam para a hipótese de que os profissionais foram vítimas de um erro, alvejados por engano.

Filho de miliciano, conhecido como Taillon (à esquerda), seria o alvo e teria sido confundido com o médico Perseu (à direita) — Foto: Reprodução

A principal linha de investigação indica que traficantes da região teriam como alvo um miliciano local conhecido como Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, um dos líderes de uma milícia atuante na Zona Oeste. Por uma infeliz coincidência, o médico Perseu Ribeiro Almeida, uma das vítimas fatais, compartilhava características físicas semelhantes ao alvo, levando à trágica confusão.

Taillon, que já tinha sido preso em uma operação no final de 2020, reside nas proximidades do quiosque onde ocorreu o crime. A polícia investiga se a informação sobre a presença do grupo de médicos foi repassada aos criminosos, precipitando a ação violenta.

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As autoridades acreditam que o crime não teve um planejamento prévio. Os criminosos teriam recebido uma informação de última hora sobre a localização do suposto alvo e decidiram agir imediatamente. Essa abordagem aparentemente desorganizada explicaria o fato de um dos assassinos estar vestindo bermuda, algo incomum em execuções planejadas.

O Departamento de Homicídios da Polícia Civil está mobilizando equipes para reconstituir o trajeto do veículo utilizado no crime. Até o momento, outras linhas de investigação não foram descartadas.

O vídeo de câmeras de segurança revela o momento em que três criminosos, sem encobrir o rosto, saem de um carro na Avenida Lúcio Costa, por volta de 0h59, e efetuam mais de 20 disparos contra os médicos que estavam em um quiosque. A ação durou menos de 30 segundos, e testemunhas relataram que os atiradores não proferiram nenhuma palavra durante o ataque.

Uma das vítimas, o ortopedista Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou a participação da Polícia Federal nas investigações devido à proximidade entre uma das vítimas e a parlamentar.

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