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Sindicato dos Rodoviários engessa trânsito no centro de São Luís, pressiona a polícia, mas se omite na cobrança ao SET, ignorando corresponsabilidade dos patrões

Sem qualquer aviso à população, o Sindicato dos Rodoviários engessou o trânsito da região central de São Luís, na manhã desta terça-feira, 23, e deixou sem o serviço essencial mais de 700 mil usuários do sistema de transporte público da região metropolitana da capital. O ato de protesto da categoria, uma reação justiceira ao assassinato do motorista da empresa Primor, Francisco Vale Silva, de 47 anos, conhecido como ‘Baixinho’, na noite de segunda-feira, 22, nada acrescenta ao desvendamento do crime, além de provocar mais transtornos à população.

Imagem ilustrativa

A polícia iniciou as investigações para tentar identificar os executores do motorista, mas encontra dificuldades no trabalho. Uma substancial às investigações não está sendo possível, porque a câmera do circuito interno do ônibus não funcionou no momento do crime, praticado por dois homens – um armado de faca e outro de revólver – que pegaram o coletivo nas imediações do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN-MA), na Avenida dos Franceses, e mataram o motorista em frente à estação rodoviária.

Rápido e intempestivo em cobrar ações da polícia e pressionar as autoridades para a elucidação do crime, o Sindicato dos Rodoviários esquece de cobrar também quem deveria fazer a sua parte, mantendo em funcionamento as câmeras dos ônibus do sistema de transporte urbano e semiurbano, conforme sempre foi acertado nas reuniões que as duas categorias realizam com a Secretaria da Segurança Pública. O Sindicato das Empresas de Transporte (SET) em nenhum momento foi cobrado.

O Sindicato dos Rodoviários simplesmente, por meio do seu presidente Marcelo Brito, simplesmente determinou o recolhimento dos ônibus às garagens e, na manhã de hoje, os rodoviários voltaram às ruas, mas logo fizeram uma paralisação sincronizada, em alguns pontos do centro de São Luís, provocando um caos no trânsito da região central da cidade. E, ainda no local do assassinato, foi convocada uma segunda uma ‘reunião’ subsequente com os profissionais da categoria para reivindicar mais segurança no sistema.
Nesse clima de ímpeto emocional, o presidente do Sindicato Marcelo Brito deixou de esclarecer pontos fundamentais para que a efetivação desse sistema de segurança, como o funcionamento regular das câmeras de vídeo nos ônibus. A exigência tem sido cativa nas mesas de negociação por reajuste salariais, mas deixada em planos secundários ao fim das relativas conquistas para categoria. Como se assim deixasse de ser corresponsável pela segurança dos seus afiliados.
Sem conversar com os responsáveis pela gestão da segurança pública, o Sindicato decidiu pela paralisação total do sistema, como forma de pressão para solucionar o caso. É compreensível o açodamento do líder da categoria na resolução do assassinato, mas não justificável a usurpação do direito do cidadão que usa o transporte público como único meio de locomoção.

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