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A realização de um seminário e iniciativas em prol da sustentabilidade da agricultura foram alguns dos temas do encontro entre os órgãos

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos, José Reinaldo Tavares, reuniu-se na terça-feira (14), juntamente com a equipe técnica da secretaria, com o chefe da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Maranhão, Marcos Bonfim; o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho do Maranhão (Aprosoja), José Carlos Oliveira de Paula e o assessor da entidade, Marcelo Bueno.

Na reunião, foram tratados temas relevantes para o desenvolvimento da produção agropecuária maranhense, tanto do ponto de vista empresarial quanto da agricultura familiar. O chefe da Embrapa lembrou que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de alimentos e o segundo maior exportador, o que impulsiona e consolida o país como um dos maiores ambientes mundiais de alta tecnologia do setor. Segundo dados apresentados pela Embrapa, o Nordeste brasileiro é responsável por mais de 50% das exportações nacionais de frutas, representandoum leque de oportunidades que precisa ser ocupado também pelo Maranhão, com inserção de elementos fundamentais para alavancar a nossa produção, como assistência técnica, crédito e tecnologia.

O secretário José Reinaldo destacou a importância da recuperação de áreas degradadas no Maranhão, que somam mais de 7 milhões de hectares, com a implantação de projetos sustentáveis na área da fruticultura e apicultura, por exemplo. Para que isto seja implementado é necessário que se faça, segundo o secretário, o zoneamento de aptidão dessas regiões, baseado em solo e clima, além do apoio às iniciativas associativas e cooperativas já existentes, fortalecendo a capacidade local de produção e gerenciamento dos recursos, calibrando tecnicamente a mão-de-obra para uma demanda cada vez mais dependente de fatores globalizados. O secretário também apontou para a necessidade do estado estabelecer uma visão sistematizada de uma agenda da bioeconomia, conceito contemporâneo de produção baseado no paradigma da sustentabilidade.

Para o chefe da Embrapa, o desafio de tirar o Maranhão do atraso que representa a roça do toco, com queimadas persistentes e periódicas, continua sendo o grande desafio que afeta a nossa capacidade produtiva, bem como a transição do estado para um padrão de produção mais limpa. Ainda segundo Bonfim, o Maranhão precisa superar essas práticas retrógradas de produção para produzir um marketing territorial que aponte e determine o nosso esforço de encaminhamento de um modelo de produção mais sustentável. A partir das avaliações do setor, sugeriu-se que a SEDEPEe a Embrapa realizem, em data ainda a definir, um grande seminário estadual sobre o mercado de carbono, articulando o poder público e a iniciativa privada na tarefa de inscrever o Maranhão na rota de oportunidades gerada pela tendência global de consumo de alimentos mais limpos,

“Vamos contribuir, fortemente, para apresentar o Maranhão na COP-28 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) em um outro patamar de produção, mais sustentável e como um espaço referencial de recuperação de áreas degradadas”, explicou.