Dados preliminares de um estudo feito internamente pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca indicam que a vacina contra Covid-19 desenvolvida por elas induz resposta adequada contra a variante de Manaus do coronavírus.
O estudo ainda não foi publicado e a informação foi obtida pela agência Reuters nesta sexta-feira, 5, com uma fonte que tem conhecimento sobre o assunto.
De acordo com essa fonte, os dados preliminares do estudo, feito após envio de amostras pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indicam, até o momento, que não será necessário fazer adaptações à vacina para que ela proteja contra a variante de Manaus, conhecida como P1, e que tem se mostrado mais transmissível que cepas anteriores do coronavírus.
“Os resultados preliminares são bem adequados para a P1. Indicativo que não necessita (de adaptação)”, disse a fonte, que pediu para falar sob anonimato, acrescentando que os resultados definitivos do estudo devem sair “muito em breve”, possivelmente ainda no mês de março.
A variante do coronavírus originada em Manaus vem sendo apontada como um dos fatores que levaram ao recrudescimento da pandemia da Covid-19 no Brasil. A doença já matou mais de 260 mil pessoas no país.
A Fiocruz firmou parceria com a AstraZeneca para o envase e futura produção integral da vacina contra Covid-19 no Brasil. Até o momento, 4 milhões de doses da vacina importadas prontas da Índia estão sendo aplicadas no Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.
A expectativa da Fiocruz é que as primeiras doses da vacina envasadas no Brasil sejam entregues ao Ministério da Saúde a partir de meados deste mês.
Procurada pela Reuters, a Fiocruz informou que não tem informações no momento sobre o estudo, que é liderado pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford.. A AstraZeneca e a Universidade de Oxford não responderam de imediato a um pedido de comentário.
Eficácia da Vacina da Astrazeneca
A vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca tem 76% de eficácia contra infecções sintomáticas durante três meses após uma única dose, e a eficácia aumenta quando uma segunda é dada mais tarde, mostrou um outro estudo. A análise, publicada em fevereiro, descobriu que a vacina era 81% eficaz com um intervalo de três meses entre as duas doses.
Desde que AstraZeneca e Oxford anunciaram seus primeiros resultados no ano passado, os dados sobre a eficácia da vacina na prevenção da infecção sintomática variaram de 60% a 90% por causa das diferentes quantidades de dosagem e protocolos nos ensaios.
Com informações da Reuters