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O deputado Federal Gil Cutrim (PDT), um dos autores de requerimentos propondo a audiência pública realizada quarta-feira (3) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, afirmou que a nova proposta de reforma da Previdência (PEC 6/2019), enviada pelo governo federal ao Congresso Nacional, não trará benefícios aos mais humildes e vai dificultar o acesso à aposentadoria de milhões pessoas no Brasil.

“Saí da audiência com o ministro Paulo Guedes, na CCJ, com uma convicção: a proposta para a reforma da Previdência apenas estabelece regras que, seguramente, irão dificultar o acesso à aposentadoria de milhões de brasileiros”, disse o deputado, revelando decepção com a fala do ministro.

“Além de não termos tido nenhuma resposta objetiva aos questionamentos, o que noto é um desprezo em relação a algo tão importante para o futuro do país e de seus cidadãos mais carentes”, frisou o pedetista.

Questionamentos

Gil Cutrim foi um dos integrantes da CCJ que abordou o ministro Paulo Guedes nas quase cinco horas de audiência. Ele questionou, por exemplo, se havia algum estudo por parte do Ministério da Economia sobre o impacto que a Nova Previdência provocaria aos pequenos municípios brasileiros, e, em especial, do Maranhão.

“Tivemos muitos questionamentos, mas nenhuma resposta objetiva. Foi decepcionante”, criticou.

O parlamentar acredito, que o Brasil necessita de uma reforma no seu atual sistema previdenciário. Mas não concorda com alguns pontos da proposta apresentada pelo governo federal.

Aspecto social

“O projeto apenas coloca um ponto final nos direitos previdenciários da população brasileira mais humilde, que geralmente começa a trabalhar muito cedo e, com a reforma, vai ter que contribuir por mais anos do que o mínimo necessário para se aposentar”, ressaltou.

“É uma situação desumana”, continuou o deputado. “Devido às condições trabalhistas que essa parcela da sociedade se submete para garantir o pão de cada dia, bem como os trabalhadores rurais”, completou.

Gil Cutrim acrescentou que a Nova Previdência leva em conta somente no aspecto financeiro e não social. “Somos uma nação onde a desigualdade entre classes é abissal. Não havia condições de aprová-la antes da audiência para apresentação sobre o texto, e há muito menos agora.”