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O sargento maranhense Aurélio Alves Bezerra, que matou o vizinho Durval Teófilo a tiros no Rio de Janeiro, será julgado pelo Tribunal do Juri. A decisão foi da juíza Myriam Therezinha Simen Rangel Cury. O sargento foi indiciado por crime doloso, quando há intenção de matar.

A viúva Luziane Teófilo irá oficiar a Marinha cobrando explicações pelo caso. Segundo a defesa da família, comandada pelo advogado Luiz Carlos de Aguiar Medeiros, até o momento não houve uma manifestação da Marinha sobre o caso.

Família diz estar sofrendo intimidações

Dias após o assassinato de Durval Teófilo, repositor negro morto por um sargento da Marinha em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, a família diz sofrer intimidações em uma tentativa de abafar o caso.

Segundo o jornal O Globo, as ameaças sofridas pela família são “veladas” e teriam partido de vizinhos e conhecidos do autor do crime. Ao menos dois comentários colocaram em dúvida a segurança da viúva e da sua filha. Num deles, foi dito para ambas terem cuidado pois agora estão sozinhas. Temendo por sua integridade, a família deixou o condomínio.

A viúva, Luizane Teófilo, explica que o advogado da família, que também é assistente de acusação no caso, acompanha as tentativas de intimidações. Ainda não foi feita uma queixa formal, mas as intimidações teriam como objetivo fazer que a família parasse de comentar o caso na mídia.

A viúva e a filha não estão morando no condomínio em que Durval foi assassinado, mas a família teme por sua segurança.

O Caso

O sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra matou a tiros, no dia 2 de fevereiro, o seu vizinho, identificado como Durval Teófilo. Imagens do circuito interno de segurança de um condomínio em São Gonçalo, na Região Metropolitana Rio, mostram que às 23h, Durval Teófilo Filho, de 38 anos, chegava em casa, depois do trabalho, segurando uma mochila. Dentro de um carro parado na entrada de uma garagem estava o sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra.

O controle remoto não estava funcionando e ele aguardava a mulher para abrir o portão. Quando Durval mexeu na bolsa, o militar disparou. O sargento da Marinha saiu do carro e atirou mais duas vezes. Durval acenou com a mão, já caído. Quando percebeu que Durval estava desarmado e era um vizinho, o militar socorreu a vítima, que morreu no hospital.

O sargento disse que achou que fosse uma tentativa de assalto quando a vítima caminhou na direção dele mexendo na mochila. Alegou ainda que o lugar é perigoso e costuma ter muitos assaltos.

(Com informações de Agências de Notícias)