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Ao falar sobre as eleições 2022 no Brasil e no Maranhão, em entrevista à revista Carta Capital, o governador Flávio Dino disse que a sua decisão de apoiar o vice-governador Carlos Brandão para liderar a chapa da sua sucessão é coerente com o movimento que defende nacionalmente, de agregação política.

“Nós temos um processo em curso. Houve a reunião com os treze partidos quando nós definimos um procedimento de consultas e eu realizei essas consultas com atores políticos, personagens, lideranças, prefeitos, deputados, partidos. E foi a partir dessa aferição que eu constatei que o vice-governador Carlos Brandão reunia a agregação política necessária, exatamente o que tenho defendido no plano nacional; ou seja, uma frente que seja capaz de aglutinar, aglutinar os setores mais populares, os setores à esquerda, porém convergindo em torno do centro político a afim de vencer as eleições”, disse.

Na entrevista, o governador maranhense confirmou que disputará o Senado da República e e falou da reunião do próximo dia 31 de janeiro, quando ouvirá o colegiado de partidos e definirá a chapa governista que disputará as eleições de outubro. “Eu diria que é uma movimentação coerente com o que tenho defendido no plano nacional e que terá sua conclusão nesta fase no dia 31 de janeiro, quando haverá uma nova reunião dos partidos e, aí sim, teremos a provável oficialização da chapa que terá o meu apoio nas eleições de 2022 aqui no estado”, assinalou.

No plano nacional, Dino voltou a afirmar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está praticamente assegurado no segundo turno das eleições, mas não descarta um crescimento de Ciro Gomes nas pesquisas de intenção de voto. Para Flávio, a entrada do ex-juiz Sergio Moro na disputa “é um complicador”, mas, segundo ele, não necessariamente um fator decisivo.

“É precoce dizer que o Ciro não terá mais possibilidade de crescimento. Ele tem muitas virtudes, muitos talentos, conhecimento da realidade. É um grande orador, tanto em entrevistas quanto em debates e na rua. Ele tem atributos que Moro não tem. Creio que 80% da população ainda não sintonizou com precisão o cardápio disponível para 2022″, avaliou.

As pesquisas que mostram Lula em 1º lugar, Bolsonaro em 2º e Moro em 3º, para Flávio Dino, representam a “foto de hoje”. Mas, “quando chegar em julho ou agosto, a foto poderá ser outra, embora eu considere praticamente impossível que Lula esteja fora do 2º turno. O histórico das eleições mostra isso, desde 1989. Moro mantém um patamar eleitoral razoável muito mais pelo fracasso de Bolsonaro do que propriamente pela herança do chamado lavajatismo. O fracasso de Bolsonaro na gestão econômica, social e sanitária é que deixou esse espaço”, diz. “O Ciro estava tentando ocupar, agora o Moro, tem o [João] Doria, e eles vão tentar deslocar Bolsonaro do 2º turno”, ressaltou.

Flávio Dino afirmou, ainda, que torce pela entrada de Geraldo Alckmin no PSB e da oficialização da chapa com Lula, a fim de derrotar o presidente Jair Bolsonaro e o ex-juiz Sergio Moro no ano que vem.

“É positivo que nós consigamos agregar outros segmentos políticos. Isso sempre é bom. Eleições majoritárias sempre são decididas por frentes amplas. Você apenas escolhe o lugar onde ela estará: se do seu lado ou contra você”, afirmou Flávio Dino. “Se o Alckmin se somar ao nosso partido, acho muito positivo”.

O governador classificou como “tendência mais forte e necessária” a união entre PT e PSB, que está em negociação para a formação de uma chapa presidencial, independentemente da decisão de Alckmin. “O peso do PSB é muito alto. Então, acho que é mais do que justificável que essa força seja valorada. Se você já tem um candidato natural à Presidência no nosso campo, que é o Lula, é claro que você tem que fazer compensações nos estados em que o PSB tem seus projetos”, declarou o governador. “Mesmo que o PT no estado A ou B seja força hegemônica, em nome da aliança nacional é justo pleitear concessões. Comportamento aliancista exige isso”. concluiu.