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A disputa eleitoral em várias cidades de médio e pequeno porte no Brasil tem se transformado em um verdadeiro “jogo de números”, com diversas pesquisas sendo divulgadas e apresentando resultados divergentes. Em alguns municípios, o número de levantamentos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é superior ao de capitais brasileiras, o que gera um cenário de confusão entre os eleitores.

Na cidade de Picos, no Piauí, localizada a 318 quilômetros de Teresina, tanto o atual prefeito Gil Paraibano (PP), que busca a reeleição, quanto o deputado estadual Dr. Pablo Santos (MDB) utilizam diferentes pesquisas para reivindicar a liderança na corrida eleitoral. A cidade, que tem cerca de 83 mil habitantes, ocupa a 25ª posição no ranking de municípios com mais registros de pesquisas no TSE, com um total de 28 levantamentos, equiparando-se a grandes cidades como Salvador e Curitiba.

Outro exemplo dessa “guerra de números” é Anápolis, em Goiás, que, com quase 399 mil habitantes, já contabilizou 42 pesquisas, superando cidades como Rio de Janeiro e Fortaleza. Na cidade, a polarização nacional se reflete na disputa entre os candidatos Antônio Gomide (PT) e Márcio Correa (PL). Ambos têm utilizado pesquisas para reforçar suas posições, com publicações nas redes sociais que mostram lideranças distintas.

Em Parnamirim, no Rio Grande do Norte, a disputa entre a candidata Professora Nilda (Solidariedade) e Salatiel (PL) também é marcada por um grande número de levantamentos, com 33 pesquisas registradas até o momento. Assim como em outros municípios, os candidatos divulgam resultados divergentes, o que contribui para uma campanha eleitoral baseada em diferentes versões de dados, buscando influenciar o eleitorado.

A presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (Abrapel), Mara Telles, critica a proliferação de pesquisas com metodologias duvidosas, apontando que o fenômeno se tornou um instrumento de desinformação. O valor investido em pesquisas eleitorais, até o momento, já ultrapassou R$ 124 milhões, a maior quantia desde 2012.

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