Após um ano marcado pela crise econômica de 2023, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que cerca de 27% dos prefeitos encerraram o ano com dívidas, colocando em risco suas possíveis reeleições. O estudo realizado em dezembro apontou para a persistência dos desafios financeiros municipais, mesmo com o aumento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em dezembro.
O cientista político Valdir Pucci destaca que, apesar da popularidade, a situação fiscal pode levar alguns prefeitos a reconsiderar a busca pela reeleição, evitando possíveis implicações na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, alerta para um risco próximo de os prefeitos se tornarem “ficha suja” devido ao endividamento de seus municípios. Ele aponta o crescimento da desigualdade entre a queda na arrecadação e o aumento nas despesas, classificando a situação como uma “tempestade perfeita”. Ziulkoski também mostra que a legislação é rigorosa e prevê a rejeição de contas e a possível inelegibilidade para aqueles que não enfrentarem devidamente a crise financeira.
Com mais de 51% dos municípios evidenciando uma evolução negativa nas finanças, a tendência é aprofundar a crise, segundo o líder municipalista. A preocupação não apenas a gestão fiscal, mas também a viabilidade política dos prefeitos diante das consequências de um possível status “ficha suja”.