A cobertura vacinal entre adolescentes tem sido um desafio, levando especialistas a apresentar uma solução eficaz: levar as vacinas às escolas, onde os jovens frequentam regularmente. Essa proposta ganha importância devido às baixas coberturas de imunização de vacinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Luciana Phebo, chefe de saúde do Unicef no Brasil, defende a vacinação nas escolas como um meio de acelerar a recuperação das coberturas vacinais e evitar o ressurgimento de doenças controladas, como a paralisia infantil. Ela destaca a necessidade de colaboração entre os setores de saúde e educação para alcançar esse objetivo.
O Ministério da Saúde já inclui a vacinação nas escolas como parte de sua estratégia para combater as baixas coberturas. Profissionais de saúde da atenção primária desempenham um papel fundamental na leitura de cadernetas de vacinação, na administração das doses e no registro adequado. As vacinas oferecidas incluem dT, Febre Amarela, HPV, Tríplice Viral, Hepatite B, Meningite ACWY e Covid-19.
A estratégia também envolve educação sobre a importância da vacinação para os estudantes e a opção de recusa de vacinação pelos responsáveis.
Isabela Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, ressalta a importância dessa estratégia, especialmente para adolescentes que podem não querer buscar vacinas em postos de saúde. Ela também destaca o papel das escolas na promoção da saúde e na conscientização sobre a vacinação.
Uma pesquisa com mães brasileiras mostra que a maioria considera a escola um local ideal para a vacinação infantil, e muitas concordam que isso poderia aumentar a cobertura vacinal se realizada por profissionais qualificados. A confiança na vacinação nas escolas é alta, com a maioria das mães dispostas a autorizar seus filhos a receberem as doses nesse ambiente.
A vacinação nas escolas surge como uma estratégia relevante para melhorar as coberturas vacinais e proteger a saúde dos adolescentes no Brasil.