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O apagão no Aeroporto Internacional Hugo da Cunha Machado, em São Luís, desnudou uma situação de descaso que vive o principal complexo aeroviário maranhense, onde não existe sequer um gerador de energia.

No fim da tarde desse domingo, 9, problemas na rede de distribuição de energia do aeroporto, agravados pelas fortes chuvas que caíram em São Luís provocando descargas atmosféricas, deixaram todo o complexo completamente às escuras, interrompendo decolagens e aterrissagens até altas horas da noite. O problema só foi solucionado com a presença de equipes especializadas da Equatorial Maranhão, que, depois de um intenso trabalho, conseguiram restabelecer a luz elétrica no Cunha Machado.

Durante o apagão, além do problema da falta de energia, outras situações afetaram os passageiros que aguardavam voos. O Terminal 2 , por exemplo, foi fechado porque inundou. Passageiros que aguardavam reclamavam que as companhias aéreas nem água forneceram. No Terminal 1, que não chegou a ser fechado, algumas goteiras incomodaram pessoas que esperavam. Segundo eles, nenhuma equipe de limpeza apareceu para ao menos amenizar o problema.

Após o restabelecimento da energia pela Equatorial, a direção do aeroporto informou que a falta de luz foi ocasionada por descargas atmosféricas, com fortes raios, em toda a área do complexo. Disse, também, ao contrário do que descreveram alguns passageiros em vídeos que circularam nas redes sociais, que  medidas haviam sido tomadas e que foram providenciadas “equipes de limpeza para secagem dos espaços, com o devido reforço da equipe de operações e manutenção”. Segundo ainda a direção do aeroporto, “apenas um voo, com destino a Guarulhos, foi cancelado em razão das condições climáticas adversas”.

“Equipes especializadas trabalharam intensivamente durante várias horas e conseguiram resolver o problema, restabelecendo a iluminação não só na área administrativa como nas pistas, com segurança para todos”, informou a Equatorial, também em nota.

Sem gerador – Passageiros que passaram pela situação incômoda, com vários constrangimentos, lamentaram que o aeroporto não tenha geradores de energia para enfrentar uma situação dessa magnitude. “É o cúmulo um aeroporto internacional passar por uma situação dessa. Não tem um gerador sequer para ao menos amenizar um problema como esse, ao menos no saguão, na área administrativa”, criticaram várias pessoas que presenciaram o apagão.

Privatização há um ano – Desde maio do ano passado, o aeroporto de São Luís foi privatizado pelo governo federal e deixou de ser administrado pela Infraero. No leilão, entrou, também, o aeroporto de Imperatriz, A concessão é válida por 30 anos. Os dois terminais maranhenses, que integraram o Bloco Central do leilão, composto, ainda, pelos aeroportos de Goiânia (GO), Palmas (TO), Petrolina (PE) e Teresina (PI). foram arrematados por R$ 754 milhões, em abril de 2022, pela Companhia de Participações e Concessões (CPC), do grupo CCR. Os seis aeroportos foram arrematados com ágio de 9.156,01%. A informação, na época, dava conta de que, ao todo, seriam investidos R$ 1,8 bilhão no bloco.9 grupos participaram da disputa.
Novos preços por hangar – Com a privatização, os proprietários de hangar do Cunha Machado tiveram uma majoração no preço cobrado. À Infraero, cada hangar pagava valores considerados compatíveis aos serviços, na faixa deo 10, 12 mil reais. Hoje, esses valores passaram a 40, 50 mil.

No Aeroporto Internacional Hugo da Cunha Machado estão em operação cinco hangares e um sexto, do CTA (Centro Tático Aéreo), do Governo do Maranhão, está em obras e deve entrar em funcionamento brevemente.

Estão funcionando os hangares: Cururupu Taxi Aéreo, BR Aviation (antigo hangar do estado), CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), do Aeroclube e o quinto pertencente ao empresário Mauro Fecury. Dois deles – CLA e Aeroclube) não pagam à empresa administradora do aeroporto, segundo apurou O INFORMANTE.

O portal foi informado, também, que o complexo todo possui apenas um gerador de energia, para, em casos de emergência, alimentar a torre de controle. Nas demais áreas, não há geradores.

 

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