O governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, voltou a intensificar as críticas ao Brasil nas redes sociais no sábado, 2, acusando o Itamaraty de “enganar a comunidade internacional” ao se colocar como vítima na crise diplomática entre os dois países.
Em nota publicada pelo chanceler da Venezuela, Yván Gil Pinto, a administração Maduro afirma que o Brasil estaria praticando “agressões descaradas e grosseiras” contra a liderança venezuelana, além de interferir em assuntos internos, especialmente nas eleições do país.
“O Governo da República Bolivariana da Venezuela considera incompreensível o recente comunicado redigido pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty), no qual tenta enganar a comunidade internacional, fazendo-se passar por vítima em uma situação em que claramente agiram como algozes. Isso surpreendeu a sociedade brasileira, venezuelana e latino-americana”, declara o governo venezuelano.
Essa nova declaração da Venezuela ocorre em resposta a um comunicado emitido pelo Itamaraty na sexta-feira, 1º, no qual o governo brasileiro, de forma moderada, condenou os ataques retóricos direcionados ao Brasil e seus símbolos nacionais.
A crise se agravou após uma publicação da Polícia Nacional Bolivariana, que na quinta-feira, 31, compartilhou uma imagem contendo a bandeira do Brasil e uma figura semelhante à de Lula, acompanhada da frase: “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”.
A postagem, que foi posteriormente deletada, elevou a tensão entre os governos.
CONTEXTO DA CRISE
A crise entre Brasil e Venezuela teve seu marco inicial em julho, quando o Brasil se recusou a reconhecer a vitória de Nicolás Maduro nas eleições venezuelanas, alegando falta de transparência no processo.
Diversos países, incluindo o Brasil, questionaram a validade das eleições devido à ausência de divulgação dos dados completos.
A relação entre os países se deteriorou ainda mais após o Brasil se posicionar contra a entrada da Venezuela no grupo BRICS, atualmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que passou a aceitar novos membros neste ano.
Além disso, na última quarta-feira (1º), o governo Maduro decidiu convocar seu embaixador no Brasil para consultas, reforçando o agravamento da crise diplomática.
ITAMARATY CITA VIOLAÇÃO À SOBERANIA
Em nota emitida em resposta às recentes críticas venezuelanas, o governo brasileiro reafirmou seu compromisso com os princípios do Acordo de Barbados, que prevê o respeito ao processo eleitoral na Venezuela e do qual o Brasil foi testemunha.
No comunicado, o Itamaraty expressou surpresa com as declarações das autoridades venezuelanas e afirmou que a retórica contra o Brasil e seus símbolos nacionais “ultrapassa os limites diplomáticos aceitáveis”.
A mensagem do Itamaraty foi vista como um pedido para que a Venezuela respeite as diretrizes do acordo firmado.
AGRAVAMENTO DA SITUAÇÃO
O comunicado publicado pelo governo de Maduro no sábado acusa o Brasil de violar os princípios estabelecidos pela Carta das Nações Unidas, destacando que o Itamaraty estaria infringindo o direito à autodeterminação dos povos e ao princípio de não intervenção, o que configuraria uma interferência direta nos assuntos internos da Venezuela.
No entanto, o governo brasileiro ainda não emitiu novas respostas à nota venezuelana, deixando a questão em aberto para novos desdobramentos.
Eu não quero saber nada a respeito de crise diplomática entre Brasil e Venezuela. Quero saber é quem vai pagar o ‘empréstimo’ que o governo brasileiro fez à Venezuela. Está configurado que empréstimo a ‘cumpanheros’ não tem prazo para pagamento.
Congresso Nacional, acorda e convoca o presidente do BNDES para explicar esse trambique a custo de nosso dinheiro.