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A investigação que apura suspeitas de corrupção e venda de sentenças por desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) foi transferida do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para o Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão atendeu a um pedido do STF e afeta cinco magistrados que, segundo dados do Portal da Transparência, recebem “supersalários” de até R$ 200 mil mensais.

Os desembargadores foram afastados de suas funções e serão monitorados por tornozeleira eletrônica.

O ministro Francisco Falcão, do STJ, determinou a remessa do caso ao STF, e o ministro Cristiano Zanin será o novo responsável pela condução da investigação.

Em seu despacho, Falcão orientou que futuros pedidos relacionados à investigação sejam encaminhados diretamente ao STF: “Diante do encerramento do trâmite dos autos neste Tribunal, eventuais pleitos posteriores deverão ser autuados em apartado”.

O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), responsável pela condução das investigações, foram notificados da decisão.

Até o momento, não foram divulgados os motivos que justificaram a transferência do caso.

Com a mudança, todo o material apreendido, incluindo celulares, computadores, agendas e mídias eletrônicas, será enviado ao STF.

Zanin deve requisitar uma nova equipe da PF para dar continuidade à investigação.

A operação mais recente, realizada nesta semana pela Polícia Federal em parceria com a Receita Federal, teve como alvos os desembargadores Sérgio Fernandes Martins (presidente do TJ-MS), Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Marco José de Brito Rodrigues.

Os cinco foram afastados pelo STJ por um período inicial de 180 dias. Durante a operação, as autoridades apreenderam armas e cerca de R$ 3 milhões em espécie nas residências dos investigados.

De acordo com o Portal da Transparência, os desembargadores possuem um salário base de R$ 39.717,69, mas recebem adicionais não especificados que elevam o valor líquido mensal para até R$ 200 mil.

A investigação, que vem sendo conduzida pela PF há três anos, foi denominada “Ultima Ratio”, em referência ao princípio jurídico que define a Justiça como o último recurso do Estado para combater a criminalidade.

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