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POR MANOEL SANTOS NETO

O deputado Dr. Yglésio continua formalmente filiado ao PSB, partido do governador Carlos Brandão e da presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Iracema Vale. Entretanto, ele trava uma dura luta política e judicial para se abrigar em novo partido, para poder ter a chance de disputar, mais uma vez, a Prefeitura de São Luís.

Na semana que passou, Yglesio reafirmou que irá insistir na discussão de um projeto de desenvolvimento para a capital maranhense e que irá disputar a sucessão do prefeito Eduardo Braide.

“Dentre as opções, eu sou o pré-candidato que defende claramente um projeto de direita. Ainda não tive a oportunidade de disputar uma eleição com apoio político, mas agora caminho para ter apoio importante dentro desse segmento, da direita, e, claro, também tenho conquistado amplo apoio das pessoas que vislumbram que é necessário e urgente um projeto sério de desenvolvimento para a cidade”, afirmou Yglesio em uma entrevista publicada, neste domingo, 31, na edição impressa do Jornal Pequeno.


Deputado Yglesio critica a gestão do prefeito Eduardo Braide e reafirma o projeto de disputar mais uma vez a Prefeitura de São Luís

O portal O INFORMANTE publica, a seguir, a íntegra da entrevista, concedida, nessa sexta-feira Santa, ao jornalista Manoel Santos Neto.

Jornal Pequeno – O que mudou na política do Maranhão com a ascensão de Flávio Dino ao STF?

Yglesio – Mudou muita coisa, principalmente pela forma de fazer política. Atualmente, nós temos um governo que consegue dialogar com as diferentes correntes políticas do estado, sejam elas de centro, de direita, de esquerda, com diferentes matizes religiosas.

JPO senhor continua disposto a disputar a sucessão do prefeito Eduardo Braide? O que o motiva a topar mais este desafio?

Yglesio – O que me motiva é a necessidade de discutir um projeto de desenvolvimento para São Luís. Eu tenho acompanhando a população se manifestando nas ruas e na internet. Há um forte anseio por projetos sérios e bem arquitetados que tragam mudanças reais no cenário da educação, da saúde e da infraestrutura na cidade.

Tem crescido consideravelmente a quantidade de reclamações que têm viralizado de escolas, hospitais, ruas e avenidas completamente sucateados e, em resposta a essas demandas, a prefeitura executa ações paliativas que, no curto prazo, precisarão ser refeitas gerando maior gasto de dinheiro público sem solucionar efetivamente os problemas.

Minhas ideias são no sentido de planejar, estruturar e trazer soluções que não se tratem de mera maquiagem que, no geral, custam caro aos pagadores de impostos da cidade, o que me leva a outro sonho que tenho: tornar São Luís uma cidade empreendedora.

A partir de experiências que tive em outras cidades do Brasil, acredito na desburocratização da máquina pública e na redução de impostos e taxas municipais. É necessário que seja menos caro e complicado para o cidadão empreender. Com certeza teremos uma cidade mais produtiva e próspera se tomarmos medidas nesse sentido.

JP – Qual deve ser o seu próximo partido? Como estão as conversações neste sentido?

Yglesio – Posso adiantar que será um partido de direita. Com certeza faremos o anúncio até o prazo final de filiação, dia 6 de abril.

JP – Como o senhor analisa a atual conjuntura da sucessão em São Luís: Eduardo Braide, Yglesio, Duarte etc?

Yglesio – Dentre as opções, eu sou o pré-candidato que defende claramente um projeto de direita. Ainda não tive a oportunidade de disputar uma eleição com apoio político, mas agora caminho para ter apoio importante dentro desse segmento, da direita, e, claro, também tenho conquistado amplo apoio das pessoas que vislumbram que é necessário e urgente um projeto sério de desenvolvimento para a cidade. Como disse antes, as pessoas estão cansadas de asfalto Sonrisal, de filas intermináveis em hospitais com estrutura precária, transporte coletivo público caro e caindo aos pedaços…

O ludovicense está buscando alguém traga planejamento estratégico em detrimento da demagogia eleitoreira e eu tenho um forte comprometimento com a produtividade em tudo o que faço, incluindo no meu trabalho com a política. Nunca faltei na Assembleia e sou deputado recordista de proposições na casa. Tenho deixado isso claro para quem acompanha o meu trabalho e isso tem me trazido um forte apoio popular.

JPE sobre essa sua denúncia de que colombianos integram uma organização criminosa de tráfico de drogas, máfia de agiotagem e compra de celulares roubados?

Yglesio – As pessoas têm confiado a mim esse papel de figura que vai combater irregularidades de todo tipo. Além do trabalho como legislador na Assembleia, tenho atuado no sentido de dar visibilidade a situações que envolvam criminalidade como, por exemplo, a contravenção penal do caso do “jogo do tigrinho”. Teve repercussão nacional e reforçou essa visão que as pessoas têm do nosso mandato.

Por conta dessa associação, recebi no Instagram diversas denúncias sobre a situação das feiras livres municipais e organizei uma visita à feira da Cohab junto à Polícia Militar e, por lá, confirmamos os relatos.

Além de problemas estruturais, da limpeza precária e das condições ruins para trabalho, os feirantes denunciaram o que chamamos de “triângulo da criminalidade” comandado por colombianos: agiotagem, com empréstimos sendo cobrados com altas taxas de juros dos feirantes; tráfico de drogas, com a venda livre de crack e a circulação de usuários dividindo espaço com as famílias e os trabalhadores na feira; e, por fim, compra de celulares roubados para desmanche e manutenção de aparelhos.

Os relatos e a ausência de notas fiscais de todos os “técnicos” com quem falamos comprovam a situação.

Após a visita, encaminhei um ofício à Polícia Civil para que seja feita uma investigação efetiva com o objetivo de desestruturar a máfia que acontece dentro dessas feiras. Há um complexo esquema de criminalidade que precisa ser desarticulado e prisões esporádicas não vão solucionar o problema.

Precisamos enfrentar esses bandidos de forma inteligente e organizada para acabar com essa verdadeira “Disneylândia do crime”.

JP – O senhor proferiu um discurso com manifestação de solidariedade ao Cel. Célio Roberto:

Yglesio – Sim. Mantenho a minha convicção de que se trata de uma perseguição covarde. A história pública do coronel mostra um cidadão de bem, basicamente um herói maranhense. Dificilmente algum ludovicense não o reconhece porque sempre que há uma ocorrência grave na cidade em que o CBMA seja acionado, é o Célio que está na linha de frente das ações. Alegam um prejuízo de R$ 240.000 em um período de cinco anos (entre 2019 e 2024).

Matemática simples desmantela essa narrativa: Ao dividir esses R$240.000 por 11 bombeiros (equipe comandada pelo coronel, a qual os valores estão associados), nesse período de 5 anos, você chega a menos de R$ 350,00 por mês. Há aí uma clara divergência de interpretação de folha. Coronéis têm regime de plantão e o pagamento por isso é justo, afinal, principalmente no caso do Cel. Célio Roberto, é sabido que eles, de fato, estão trabalhando.

JP – Que fim levou a CPI do Futebol?

Yglesio – A CPI está em fase de relatório. Assim que estiver pronto, vai para votação. Ele deve ser aprovado e, logo em seguida, vai ser encaminhado para o Ministério Público. Um ponto importante que temos que destacar é que esse trabalho já dá frutos. É nítido que a arbitragem do Campeonato Maranhense de 2024 está mais confiável. Não identificamos de forma tão clara aqueles resultados suspeitos de anos anteriores. Esse pessoal sabe que o poder público está atento e isso inibe esse tipo de ação. Já temos pontos positivos, mas, como disse anteriormente, o processo está avançando e em breve estará com o Ministério Público para identificar e punir possíveis fraudadores.

JP – O que o levou a propor na Assembleia uma homenagem a Michelle Bolsonaro?

Yglesio – É um tema que tem gerado debate e eu definitivamente não entendo o porquê. Tenho citado o título de cidadão maranhense dedicado a Geraldo Alckimin, que nunca morou no estado. As pessoas que estão questionando a homenagem a Michelle Bolsonaro estão usando, principalmente, esse argumento, mas não questionaram a honraria ao atual vice-presidente do Lula porque são de esquerda, o que mostra o viés político de toda essa situação.

Mas vamos lá: a razão pela qual ela, de fato, merece o título é muito simples: a primeira dama tem um ativismo importante na pauta da inclusão. Ela tem um trabalho reconhecidíssimo pela causa dos autistas, deficientes, principalmente os deficientes auditivos e o Maranhão tem mais de 1 milhão de pessoas com deficiências identificadas. A Michelle é uma figura pública engajada em lutas sociais, de notoriedade nacional e não vejo motivos para que ela não seja homenageada aqui no estado.

O que fica fácil de enxergar é, como eu disse, uma manifestação política, antidemocrática e discriminatória contra uma mulher e figura ativa na luta pelos direitos de minorias.

 

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