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Segue indefinido o desfecho da reforma ministerial que acomodará o Centrão, mesmo após o anúncio, nessa terça-feira, 29, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de criar o seu 38º ministério: o da Micro, Pequena e Média Empresa, para facilitar a acomodação de PP e Republicanos no governo.

O Palácio do Planalto trabalha com a possibilidade de entregar o comando da nova pasta a um aliado que já esteja no governo. Nesse cenário, passaria o cargo a um ministro para abrir espaço em outras áreas às duas siglas. O PP e os Republicanos têm interesse em assumir o ministério que cuidará dos pequenos empreendedores As duas legendas miram cargos com capilaridade, que possam ser turbinados com emendas parlamentares e lhe possibilitem capitalizar eleitoralmente políticas públicas feitas na ponta.

Indicado pelo Republicanos, o deputado Silvio Costa Filho (PE) mira pastas como Esporte ou Portos e Aeroportos, enquanto o PP, que indicou André Fufuca (MA), quer o Desenvolvimento Social.

Maranhense André Fufuca pode ocupar ministério sem o Bolsa Família

Um auxiliar do Palácio do Planalto, integrante da equipe de articulação do presidente Lula, disse que uma possibilidade é deslocar Wellington Dias, hoje no comando do Desenvolvimento Social, para a pasta da Pequena e Média Empresa. Num segundo desenho, Dias iria para outra pasta e levaria o Bolsa Família, hoje no guarda-chuva do órgão. Já Fufuca assumiria o Desenvolvimento Social, sem o Bolsa Família, e manteria os demais programas, como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Um outro integrante do governo, que até duas semanas não acreditava nesse movimento, hoje aposta na divisão da pasta.

Lula não definiu quais cadeiras as duas legendas do Centrão vão ocupar. Além disso, o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), afirmou que o futuro ministro será obrigado a se licenciar da sigla para que o partido mantenha uma postura de independência na relação com o Planalto.

Mais atrasos – Em mais um episódio que pode atrasar a conclusão da reforma, Marcos Pereira, disse ontem à colunista do GLOBO Bela Megale que Silvio Costa Filho vai se afastar das atividades partidárias para virar ministro de Lula.

— O deputado se licenciará, e o partido seguirá independente — disse.
Nos bastidores, porém, há um acordo para que o Republicanos vote com o governo na maior parte das pautas que tramitam no Congresso, sobretudo as ligadas à agenda econômica.

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