Um tribunal federal de apelações na Argentina confirmou nesta quarta-feira, 13, a condenação por corrupção da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner.
A decisão mantém o veredito de dezembro de 2022, no qual Kirchner foi sentenciada a seis anos de prisão por fraude contra o estado, além de ser considerada culpada de liderar um esquema de superfaturamento em contratos de obras rodoviárias durante seus mandatos presidenciais (2007-2015).
De acordo com o Ministério Público argentino, Cristina Kirchner e diversos ex-integrantes de seu governo foram acusados de favorecer contratos milionários para projetos de infraestrutura rodoviária na província de Santa Cruz, reduto político de Kirchner e de seu falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner.
Os promotores apontam que as 51 licitações envolvidas no caso teriam sido superfaturadas, desnecessárias e, em alguns casos, inacabadas.
O caso, que é considerado um dos maiores escândalos de corrupção da história recente argentina, ainda pode ser levado à Suprema Corte do país para uma nova apelação.
Figura influente e polarizadora na política argentina, Kirchner sobreviveu a uma tentativa de assassinato em 2022, que provocou grandes manifestações em seu apoio.
Agora, ela se prepara para liderar o Partido Justicialista, de oposição peronista, após o afastamento do ex-presidente Alberto Fernández do cargo, acusado de abuso contra a ex-primeira-dama.
A posse de Kirchner como líder do partido está marcada para 17 de novembro, mas seu futuro político permanece incerto.
Embora a Argentina só realize eleições legislativas em 2025, um projeto de lei em tramitação no Congresso pode complicar sua atuação pública, pois pretende proibir indivíduos condenados por corrupção de ocuparem cargos públicos.