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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA na guerra contra a Rússia, segundo o jornal The New York Times.

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos EUA, Joe Biden (em 2023)

A decisão marca uma mudança significativa na postura americana e ocorre em resposta ao envio de milhares de soldados norte-coreanos para reforçar as tropas russas no conflito.

De acordo com informações da inteligência dos EUA, cerca de 12 mil soldados norte-coreanos já estão na Rússia, recebendo treinamento em bases militares.

Este número pode aumentar para até 50 mil até o final do ano, segundo estimativas de agências sul-coreanas e ucranianas.

As tropas estão sendo preparadas para reforçar as forças russas em novas ofensivas contra a Ucrânia, especialmente na região de Kursk, no oeste da Rússia, que foi retomada por Kiev em agosto.

A aliança militar entre Rússia e Coreia do Norte tem gerado alertas em países ocidentais e na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Em resposta, a Coreia do Sul sinalizou a possibilidade de enviar armamentos para a Ucrânia.

MÍSSEIS E TENSÕES DIPLOMÁTICAS

Até então, a Ucrânia estava proibida de utilizar mísseis de longo alcance americanos.

O uso desse armamento sempre foi considerado um tabu, já que o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que tal ação mudaria a natureza do conflito e prometeu represálias, incluindo a realização de testes nucleares.

A decisão de Biden surge em um momento de intensificação do conflito e segue meses de cautela do governo americano.

Autoridades do Pentágono anteriormente se opuseram à liberação dos mísseis devido ao número limitado no estoque americano e ao receio de uma escalada direta com a Rússia.

Apesar disso, o avanço de tropas russas e norte-coreanas e a crescente aliança militar entre Moscou e Pyongyang levaram à revisão dessa estratégia.

REAÇÕES GLOBAIS  

A decisão de Biden também ocorre em meio a tensões políticas internas. O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que assume em 20 de janeiro, criticou os altos custos do apoio militar à Ucrânia e prometeu encerrar a guerra em “24 horas”, sem detalhar como.

Ainda não se sabe se Trump manterá a autorização para o uso dos mísseis após tomar posse.

Na Europa, aliados da Ucrânia, como a França, avaliam novas medidas para conter o avanço russo.

O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou a considerar o envio de tropas francesas, mas foi ameaçado por Putin.

Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apresentou um “plano de vitória” ao Parlamento de seu país e aos EUA, buscando garantir apoio contínuo para reverter os avanços russos, que nas últimas semanas têm sido os mais rápidos desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

ALIANÇA RÚSSIA-COREIA DO NORTE  

O pacto militar entre Rússia e Coreia do Norte, ratificado por parlamentares russos, prevê assistência mútua e reflete a intensificação da cooperação entre os dois países.

Putin defendeu publicamente o uso de tropas norte-coreanas, afirmando que é um direito soberano da Rússia.

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