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A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) entregou ao Ministério da Saúde do Brasil a recertificação de eliminação do sarampo, da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC).

A conquista ocorre após o país ter perdido o status em 2019, devido a surtos que se espalharam de fevereiro de 2018 a fevereiro de 2019, contabilizando 10.374 casos, com pico de 3.950 infecções em julho de 2018.

A última ocorrência de sarampo transmitido internamente foi registrada em 5 de junho de 2022, no estado do Amapá.

Desde então, o Brasil passou a contar apenas com casos importados, ou seja, relacionados a pessoas que chegaram do exterior.

Em junho de 2024, o país completou dois anos sem registros autóctones, uma das condições para obter a recertificação.

Para reaver o certificado, o Brasil precisou comprovar que não houve transmissão local do vírus por pelo menos um ano.

Além disso, foi exigido o fortalecimento do programa de vacinação de rotina, da vigilância epidemiológica e da capacidade de resposta rápida a casos importados, segundo o infectologista Renato Kfouri, presidente da Câmara Técnica do Brasil de Verificação da Eliminação do Sarampo.

O perigo de um vírus altamente contagioso

O sarampo é uma doença infecciosa e altamente contagiosa, que se propaga por meio das secreções nasais e orais de pessoas infectadas.

Estima-se que cada indivíduo infectado pode transmitir o vírus para até 18 outras pessoas.

Os principais sintomas incluem febre alta, manchas vermelhas no corpo, tosse seca, conjuntivite, nariz escorrendo e mal-estar intenso.

As complicações, como pneumonia, infecções no ouvido, encefalite e até a morte, reforçam a necessidade de prevenção.

A importância da vacinação

Eliminar o sarampo é uma vitória importante para o país, mas para manter a população protegida, a vacinação é essencial, especialmente porque o vírus continua circulando em outras partes do mundo.

A vacina tríplice viral, que também protege contra a rubéola e a caxumba, é oferecida gratuitamente na rede pública para pessoas de 12 meses a 59 anos.

O esquema vacinal prevê uma dose aos 12 meses e outra aos 15 meses de idade.

Adultos que não receberam as duas doses na infância devem se vacinar: duas doses com intervalo de um mês para quem tem até 29 anos e uma dose para aqueles entre 30 e 59 anos.

Em 2016, a cobertura vacinal para a primeira dose chegou a 95%, mas esse índice caiu para 74% em 2021. Em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde, a taxa de vacinação subiu para 91%, sinalizando um avanço no combate ao sarampo e à rubéola.

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