A Venezuela emitiu um comunicado condenando o Brasil pelo veto ao seu ingresso no Brics, um bloco econômico que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
No texto, o regime de Nicolás Maduro comparou as políticas do governo Lula às do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando o Itamaraty de perpetuar “o ódio, a exclusão e a intolerância promovidos pelos centros de poder ocidentais”.
“Por meio de uma ação que contradiz a natureza e os postulados dos Brics, a representação da chancelaria brasileira (Itamaraty), liderada pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que Bolsonaro aplicou à Venezuela durante anos, reproduzindo o ódio, a exclusão e a intolerância promovidos pelos centros de poder ocidentais para impedir, portanto, a entrada da Pátria de Bolívar nesta organização”, diz a nota publicada
A decisão do Brasil de não permitir que a Venezuela se tornasse parceira do Brics coincidia com o agravamento das relações entre Lula e Maduro, especialmente após a reeleição controversa de Maduro, que foi amplamente criticada pela comunidade internacional.
Na cúpula de Kazan, na Rússia, que ocorreu entre os dias 22 e 24 de outubro, o principal tema discutido foi a inclusão de novos países na recém-criada categoria de “Estados parceiros” do Brics.
Esses países poderão participar das reuniões, mas não terão direito a voto nas decisões.
O governo brasileiro exerceu pressão para evitar que a Venezuela e a Nicarágua fossem incluídas na lista.
Embora não tenha havido um veto formal, a insatisfação de Lula com Maduro em decorrência das eleições venezuelanas foi evidente.
Apesar de ser barrada no bloco, Maduro fez questão de estar presente na cúpula e foi fotografado com outros líderes.
Ele reiterou seu desejo de integrar o Brics, embora o presidente russo, Vladimir Putin, não tenha defendido oficialmente sua inclusão.
Ao ser questionado sobre a posição do Brasil em relação à Venezuela, Putin expressou apoio à entrada do país no bloco, afirmando que as opiniões de Moscou e Brasília divergem sobre o assunto.
LEIA ABAIXO A ÍNTEGRA DO COMUNICADO: