A maior seca em anos no Brasil já está impactando significativamente os preços de alimentos importantes para o consumidor, como frutas cítricas, carnes e café.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na quarta-feira, 9, o café moído registrou aumento de 4% em setembro, enquanto as carnes tiveram alta de 2,97% e o preço de frutas como o limão disparou 30,4% no período.
O limão, por exemplo, teve uma alta expressiva de 30,4% em setembro, enquanto a laranja-pera subiu 10% no mesmo período.
A seca reduziu a oferta dessas frutas, que também sofreram com a piora na qualidade, o que levou até mesmo ao cancelamento de exportações de limão por não atender aos padrões internacionais.
Além das frutas, as carnes também registraram aumentos significativos, com o contrafilé subindo 3,79%, alcatra 3,02% e filé-mignon 2,47%.
O gerente da pesquisa de inflação do IBGE, André Almeida, explicou que a falta de chuvas afetou a qualidade das pastagens, fazendo com que os animais demorassem mais para atingir o peso ideal para o abate.
Isso pressionou os preços no mês de setembro, marcando a maior alta nas carnes desde dezembro de 2020.
A seca também está afetando o café, cuja alta de preços já é observada desde o início do ano. Em setembro, o aumento foi de 4%, agravando a situação para o consumidor.
O preço médio do quilo de café torrado e moído chegou a R$ 39,63 em agosto, o valor mais alto já registrado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) desde o início da série histórica em 1997.
As condições climáticas adversas nos últimos três anos, incluindo geadas e a seca, prejudicaram a produção de café, contribuindo para a elevação dos preços.
A previsão é de que os preços continuem elevados enquanto a estiagem e os problemas climáticos persistirem, impactando não apenas o consumidor, mas também produtores e a indústria alimentícia.