Lucas sonha em treinar futebol e fazer um curso de informática. Francinete precisa de reforço escolar, e Mauro deseja aprender informática e inglês. O que eles têm em comum?
São crianças em situação de acolhimento no Maranhão que podem ver seus sonhos realizados com a ajuda do Programa de Apadrinhamento, promovido pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), em parceria com a Corregedoria Geral de Justiça (CGJ) e a Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ/MA).
O programa tem como objetivo proporcionar a essas crianças e adolescentes, que aguardam por uma família ou enfrentam dificuldades para retornar ao lar de origem, a chance de vivenciar a convivência familiar e comunitária, além de fortalecer laços afetivos fora das instituições de acolhimento.
A iniciativa também contribui para o desenvolvimento social, emocional, educacional e financeiro dos jovens.
O Programa de Apadrinhamento oferece três formas de contribuição para padrinhos e madrinhas:
Apadrinhamento Provedor: Nesta modalidade, o padrinho ou madrinha, pessoa física ou jurídica, oferece suporte material ou financeiro.
Isso pode incluir a doação de roupas, brinquedos, materiais escolares ou o patrocínio de cursos profissionalizantes, aulas de reforço, atividades esportivas ou aprendizado de idiomas.
Atualmente, a página da CIJ lista 32 crianças e adolescentes, de 9 a 17 anos, que aguardam esse tipo de apoio.
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Apadrinhamento Prestador de Serviços: Aqui, o padrinho ou madrinha oferece seus serviços profissionais para ajudar as crianças. Seja em oficinas, cursos ou outras atividades, as ações são voluntárias e regidas pela Lei do Voluntariado (Lei nº 9.608/1998).
Apadrinhamento Afetivo: Este tipo de apadrinhamento cria um vínculo emocional, no qual o padrinho ou madrinha passa tempo com a criança, levando-a para finais de semana, feriados ou férias, proporcionando convivência e integração social.
EXEMPLOS REAIS DE APADRINHAMENTO
Neuda Fernandes e Silva (auxiliar judiciária do TJMA), uma das participantes do programa, compartilha sua experiência ao apadrinhar financeiramente uma criança.
“O desejo de apadrinhar financeiramente surgiu quando tive contato com o programa de Apadrinhamento da Coordenadoria da Infância e Juventude. As informações foram essenciais para a tomada de decisão, onde pude perceber que o desejo das crianças e adolescentes são coisas básicas, como o direito de fazer uma atividade esportiva”, relata Neuda.
Ela se emocionou ao efetivar o apadrinhamento de uma menina de apenas 7 anos, ajudando-a a realizar o sonho de participar de aulas de balé.
“Poder contribuir com a realização desse sonho, que há um bom tempo ela desejava, é gratificante”, acrescenta Neuda, que também acompanha as atividades da criança através de um grupo de WhatsApp da escola de balé.
Além do apoio financeiro, Neuda está avaliando a possibilidade de se tornar uma madrinha afetiva, o que demonstra o impacto transformador que o programa pode ter tanto nas crianças quanto nos padrinhos.
Hanelle Fernandes (estudante de Direito), outra participante do programa, é madrinha financeira de uma criança. “É muito gratificante saber que estou incentivando para o crescimento e desenvolvimento das crianças”, comenta.
Hanelle destaca ainda que o apadrinhamento reforça o compromisso com a responsabilidade social e o progresso da comunidade.
“Nosso objetivo como apadrinhadores é oferecer para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade oportunidades e gestos que possam trazer impactos positivos em suas vidas.”
COMO SE TORNAR UM PADRINHO OU MADRINHA
Para participar, é preciso ter pelo menos 18 anos. No caso do apadrinhamento afetivo, a diferença mínima de idade entre o padrinho/madrinha e o afilhado deve ser de 16 anos.
Além disso, os candidatos passam por uma avaliação psicológica e social realizada por uma equipe especializada.