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Pela primeira vez, um estado da região do Matopiba sediou o evento, que é uma iniciativa da Aprosoja e parceiros

Com uma previsão de cultivo em 42 milhões hectares e o alcance de produção de mais de 135 milhões de toneladas em todo o país, a safra de soja 2024/2025 foi aberta oficialmente na última sexta-feira, 11, pela primeira vez, em um estado da região conhecida como MATOPIBA – que contempla os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a mais nova fronteira agrícola do país.

O evento aconteceu na Fazenda Pau Brasil, no Povoado Cajuapara, na BR-010, entre Açailândia e Itinga.

O governador Carlos Brandão aproveitou para anunciar investimentos em um novo berço de escoamento de grãos no Porto do Itaqui

A iniciativa foi da Aprosoja Brasil em parceria com a Aprosoja Maranhão, Sistema Faema / Senar, EMBRAPA, Governo do Estado e Canal Rural, que transmitiu o evento ao vivo.

“Esse evento nunca aconteceu em um estado do Norte e Nordeste. É uma satisfação e privilégio abrir uma nova safra do Brasil, além disso estamos tendo a oportunidade de visibilidade nacional e internacional, com a expectativa de atrair investimentos públicos e privados para o estado”, destacou o presidente da Aprosoja Maranhão e vice-presidente da Aprosoja Brasil, Gesiel Dal Pont.

O presidente da Faema, Raimundo Coelho, destacou que o evento é uma demonstração do protagonismo do Maranhão no cenário nacional do agronegócio

O estado tem mais de 1,3 milhão de hectares de soja plantados e uma produção que superou 4,4 milhões de toneladas na safra anterior.

“A previsão para a próxima safra, se as condições de clima e mercado forem favoráveis, é de 4,8 milhões de toneladas de soja, um crescimento de cerca de 5%”, estimou Dal Pont.

Quem também comemorou a escolha de Açailândia para sediar o evento foi o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão, Raimundo Coelho.

“É uma clara demonstração do protagonismo do Maranhão na produção de grãos, tendo em vista o momento de ampliação de áreas e investimentos governamentais em infraestrutura e logística”, destacou referindo-se aos anúncios feitos pelo governador do estado, Carlos Brandão, que participou do evento.

Segurança jurídica, política e de infraestrutura para atração de investimentos – “Esse evento é uma oportunidade de mostrar o quanto o agronegócio se desenvolveu no Maranhão, que hoje é referência para o país. Oportunidade também de mostrar que o governo do estado tem trabalhado para oferecer aos investidores do agro segurança jurídica, política e de infraestrutura para que possam trazer grandes projetos produtivos e de desenvolvimento para o Maranhão”, ressaltou o governador.

Para o presidente da Aprosoja Brasil, Mauricio Buffon, apesar de não haver perspectiva de aumento de áreas de cultivo com o grão, os produtores brasileiros mantém-se otimistas com um incremento na próxima colheita.

“A expectativa de safra é definida por 3 fatores: o clima, a mão de obra disponível e a capacidade de investimento dos produtores – essa é a grande preocupação do produtor brasileiro, que tem muita dificuldade para acessar o crédito nas instituições financeiras. Estamos muito cautelosos em prever resultados de safra, mas creio que, apesar de a área de cultivo se manter no mesmo patamar nesta próxima safra, temos como colher um pouco melhor do que na safra passada”, avaliou.

Localmente, as previsões também são otimistas.

“Já estamos concorrendo com Balsas, em termos de potencial para a produção de soja, sobretudo consorciado com a pecuária, que é muito forte nessa região. Nosso território tem vantagens no que se refere a áreas cultiváveis, infraestrutura rodoviária e ferroviária”, declarou o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Açailândia, Paulo Lira.

Diversificar para lucrar mais – A Integração Lavoura – Pecuária tem sido uma alternativa não apenas para aumentar as oportunidades de ganho do produtor, mas também como estratégia de sustentabilidade, contribuindo para correção do solo e recuperação das áreas de pastagens de gado.

Um exemplo do sucesso da tecnologia acontece na Fazenda Bola Sete, em Itinga, onde a empresa Byeta está apurando os resultados do primeiro ano do Projeto Reverte.

“O projeto atua em áreas degradadas, que eram exclusivamente de pastejo. Após um ano de atividade, já temos cerca de 80% de uma área de 4,5 mil hectares com produção pecuária integrada com as lavouras de soja e milho, durante o período do verão. Vale dizer que essas áreas estavam completamente degradadas, comprovando que essa tecnologia de manejo tornou a produção mais sustentável ambiental e economicamente, diversificando as fontes de receita da propriedade e ajudando a reduzir os riscos da operação produtiva”, explicou o engenheiro agrônomo responsável, Gustavo Berline.

Produtores de outras culturas também se mostraram otimistas com a próxima safra. É o caso da agricultora Luciana Moreira, que produz milho em São Pedro da Água Branca.

“Viemos conferir a expectativa para a próxima safra e também em busca de novas tecnologias de produção. Como agricultoras não desistimos nunca e essa é uma oportunidade de conhecer outras experiências que nos ajudem em nossa atividade”, disse ela, que também preside o Sindicato dos Produtores Rurais de São Pedro da Água Branca.

O evento foi encerrado com o momento do plantio com máquinas, acompanhado da presença das autoridades presentes.

A abertura nacional da colheita já tem dia e local definidos: será no dia 04 de fevereiro, no município de Sinop, em Mato Grosso.

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