-->

Um novo estudo publicado na revista Alzheimer’s & Dementia sugere que o consumo moderado de café pode ajudar a diminuir o risco de progressão da demência, especialmente em pessoas idosas. A pesquisa foi conduzida por cientistas do Hospital Universitário da Universidade de Lille, na França, e investigou a relação entre a ingestão de cafeína e a presença de proteínas beta-amiloides no cérebro, que estão ligadas à doença de Alzheimer.

A demência, que afeta predominantemente a população mais velha, prejudica funções cognitivas como memória e pensamento, e o Alzheimer é um dos seus tipos mais comuns. O acúmulo das proteínas beta-amiloides e tau no cérebro é associado ao avanço dessa neurodegeneração. Portanto, a identificação precoce dos sintomas da doença e a intervenção adequada são essenciais para retardar seu desenvolvimento.

O estudo analisou 263 pacientes idosos com comprometimento cognitivo leve ou diagnóstico de Alzheimer. Os participantes passaram por uma série de avaliações clínicas, neuropsicológicas e biológicas, incluindo exames de ressonância magnética (RM) e fornecimento de amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano. Além disso, eles responderam a um questionário sobre o consumo de alimentos e bebidas com cafeína, como café, chocolate, chá e refrigerantes.

Os resultados revelaram que aqueles que consumiam até 200 miligramas de cafeína por dia — equivalente a cerca de duas xícaras de café — estavam no grupo de “baixo” nível de cafeína. Já os que ingeriam mais de 216 miligramas foram classificados como “grandes consumidores de cafeína”. Os dados mostraram que os indivíduos com maior ingestão de cafeína apresentavam um risco significativamente menor de ser diagnosticados com declínio cognitivo leve relacionado à memória.

Os participantes que consumiam pouco café apresentaram quase 2,5 vezes mais chances de serem diagnosticados com comprometimento cognitivo leve ou Alzheimer. Além disso, os exames revelaram que aqueles com menor consumo de cafeína tendiam a ter níveis mais elevados de proteínas beta-amiloides no cérebro. No entanto, a quantidade de cafeína não teve efeito nos níveis de proteína tau.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *