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A Câmara Municipal de São Luís iniciará a legislatura de 2025 com 14 partidos representados, configurando a 5ª maior fragmentação partidária desde a redemocratização do Brasil.

Embora o prefeito Eduardo Braide (PSD) tenha que negociar com diversas siglas, o número de partidos é menor do que o registrado há quatro anos, quando 15 partidos estavam representados na Casa Legislativa.

A maior fragmentação registrada na Câmara de São Luís foi entre 2012 e 2016, com 19 partidos, enquanto a menor ocorreu logo após a redemocratização, em 1989, quando a Câmara contava com representantes de apenas 8 siglas.

Durante o período da ditadura militar, o bipartidarismo limitava a representação à Arena e ao MDB.

A tendência de queda no número de partidos com cadeiras na Câmara pode ser explicada por mudanças legais, como a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais.

Essas regras foram introduzidas pela Emenda Constitucional 97/2017 e têm incentivado a fusão de pequenos partidos e a criação de federações partidárias, dificultando a sobrevivência de partidos menores.

A cláusula de barreira, introduzida pela Emenda Constitucional 97/2017, exige que partidos atinjam um percentual mínimo de votos para obter acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda eleitoral.

Isso reduziu a competitividade de partidos menores, resultando em uma diminuição na quantidade de siglas representadas no Legislativo.

O fim das coligações para eleições proporcionais, implementado nas eleições de 2020, também contribuiu para essa redução.

Sem a possibilidade de coligações, partidos menores têm mais dificuldade de eleger vereadores, obrigando-os a competir de forma independente.

Com as novas regras, surgiram federações partidárias que permitem a união de pequenos partidos sob uma estrutura maior.

Essas federações são obrigadas a permanecer ativas por toda a legislatura, garantindo uma representatividade estável.

Nas eleições de 2024, três federações disputaram vagas na Câmara de São Luís, mas apenas uma conseguiu cadeiras: a federação formada por PT, PV e PCdoB.

Mudanças no cenário partidário

A Emenda Constitucional 97/2017 também provocou uma reestruturação do cenário partidário brasileiro, resultando na fusão e incorporação de partidos.

Desde então, a representatividade partidária tem se ajustado às novas exigências legais, e essa tendência deve continuar influenciando as próximas legislaturas.

Atualmente, estão em vigência três federações partidárias no Brasil: Brasil de Esperança (PT, PV, PCdoB), Rede e PSOL, e PSDB e Cidadania.

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