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O Brasil vive uma preocupante realidade de agressões contra crianças e adolescentes, com uma média diária de 196 casos de violência física ao longo de 2023, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A situação é alarmante em diversas regiões, com destaque para o Nordeste, onde estados como Bahia, Ceará e Pernambuco concentram números expressivos.

A Bahia lidera a lista na região, com 3.496 casos registrados, seguida pelo Ceará, com 2.954 notificações, e Pernambuco, com 2.935. A maior parte das vítimas são adolescentes de 15 a 19 anos, mas os números também são altos entre crianças mais jovens. A SBP aponta que cerca de 80% das agressões ocorrem dentro das próprias casas das vítimas, o que intensifica a complexidade de denunciar e prevenir novos episódios de violência.

A subnotificação é um grande desafio, especialmente em regiões como o Norte e áreas mais isoladas do Nordeste. A falta de acesso a serviços de saúde e a dificuldade em utilizar mecanismos de denúncia eficazes impedem que a real dimensão do problema seja conhecida. Mesmo assim, as estatísticas já disponíveis indicam que o combate à violência contra crianças e adolescentes deve ser uma prioridade em políticas públicas.

O sistema de notificação é obrigatório, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas muitos casos acabam não chegando às autoridades, deixando milhares de crianças e adolescentes expostos à violência silenciosa e reiterada. A SBP reforça a importância de profissionais de saúde estarem atentos a sinais de agressão e se engajarem na denúncia e na proteção das vítimas.

A entidade anunciou uma nova campanha nacional de conscientização sobre a violência contra crianças, com foco na sensibilização e treinamento de profissionais para identificar sinais precoces de agressão. A campanha foi discutida no 41º Congresso Brasileiro de Pediatria e pretende reforçar a prevenção e a proteção de crianças e adolescentes em todo o país, especialmente nas regiões mais vulneráveis, como o Nordeste.

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