O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Universidade Federal do Maranhão (Ufma) assinaram a ordem de serviço para o início das obras de restauração do emblemático Palácio das Lágrimas, localizado no Centro Histórico de São Luís (MA). Os trabalhos contarão com um investimento de aproximadamente R$ 6 milhões, como parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) no estado.
A cerimônia ocorreu na reitoria da Ufma, com a presença de importantes autoridades, incluindo Daniel Sombra, diretor do Departamento de Ações Estratégicas e Intersetoriais (Daei) do Iphan; Lena Brandão, superintendente do Iphan no Maranhão; e Fernando Carvalho, reitor da Ufma. Representantes da Fundação Sousândrade também marcaram presença.
As intervenções no Palácio das Lágrimas serão conduzidas pela Ufma, que é proprietária do prédio histórico, com previsão de conclusão em 18 meses. Após a restauração, o local abrigará a Escola de Música da universidade. A parceria entre o Iphan e a Ufma visa não apenas preservar o patrimônio cultural, mas também fomentar o desenvolvimento educacional e atrair investimentos em inovação e turismo para a capital maranhense.
As obras incluem a adaptação do imóvel para um novo uso, preservando suas características originais. As intervenções previstas envolvem adequações arquitetônicas, recuperação de esquadrias e pisos de madeira, além da restauração de elementos históricos, como ladrilhos hidráulicos. Serão realizadas também as instalações elétricas, de climatização e de combate a incêndio, todas em conformidade com as normas de preservação do patrimônio.
Palácio das Lágrimas
Construído no início do século XIX, o Palácio das Lágrimas foi demolido no final do mesmo século para dar lugar a um edifício que abrigaria um instituto de ensino superior. Posteriormente, o espaço passou a ser utilizado pela Faculdade de Farmácia e Odontologia da Ufma por muitos anos.
O nome “Palácio das Lágrimas” é cercado de lendas que alimentam o imaginário popular. Mário Meireles, em seu livro São Luís – Cidade dos Azulejos, menciona que o nome surgiu devido a um proprietário que mantinha um harém com suas jovens escravas.
Uma das escravas, apaixonada por um escravo não correspondido, foi acusada injustamente de envenenar os filhos do homem. Ao ser levada à forca, suas lágrimas supostamente molhavam os degraus do prédio, gerando a crença de que as marcas eram as lágrimas da escrava injustiçada.
Outra lenda, descrita no Guia de São Luís do Maranhão, de Jomar Moraes, conta a história de dois irmãos portugueses que vieram ao Brasil. Um deles, que se tornou rico, foi assassinado pelo irmão invejoso. O filho do homem morto, revoltado, arremessou o tio pela janela do Palácio. Ao ser condenado à morte, o jovem fez uma última declaração que ligou o edifício ao seu trágico destino, consolidando assim o nome “Palácio das Lágrimas”.
Uma boa notícia que merece aplausos.
O imóvel a ser restaurado, estilo arquitetônico Eclético, figura como um dos mais bonitos de São Luís, localizado em frente à Igreja de Santo Antônio, esquina da Rua da Paz com 13 de Maio.
Parabéns ao IPHAN e a UFMA.