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De janeiro de 2019 a julho de 2024, o Maranhão registrou 14 assassinatos de quilombolas, o maior número entre os estados brasileiros, segundo um relatório da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq).

A violência no Brasil destaca-se pelo contexto de disputas territoriais, que representaram cerca de 34,7% dos casos registrados.

A maioria dos assassinatos no país envolveu o uso de arma de fogo, com 63% das vítimas sendo mortas com tiros, frequentemente na cabeça ou na nuca.

Além das armas de fogo, foram registrados casos de mortes por força física pura e pelo uso de maquinário pesado, evidenciando a brutalidade dos crimes.

No Maranhão, a violência tem um padrão sistemático, como evidenciado pelos homicídios em série na região da Baixada Maranhense e nos quilombos de Cedro, Fleixeiras, e Santo Antônio.

O relatório revela que aproximadamente 42% das vítimas eram lideranças ou estavam vinculadas a lideranças quilombolas.

A idade média das vítimas foi de 45 anos, refletindo a experiência e o papel central dessas pessoas nas comunidades.

A violência contra os quilombolas está fortemente ligada a conflitos pela terra, que representaram aproximadamente 35% dos casos de assassinato.

A demora nos processos de certificação e regularização fundiária, frequentemente paralisados por até 10 anos, contribui para a intensificação da violência.

Além de ameaças e intimidações, o uso de incêndios criminosos tem sido uma tática contra os quilombolas, destruindo propriedades e moradias.

O relatório documentou oito ocorrências desse tipo pela Conaq, nos estados do Maranhão, da Bahia, do Tocantins, Espírito Santo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

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