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Os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que, nas eleições municipais de 2024, apenas 2.330 mulheres estão concorrendo ao cargo de prefeita, representando 15% do total de candidatos.

Embora esse número seja um avanço em relação aos pleitos anteriores, um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela que apenas 35% das cidades têm alguma candidata na disputa, em contraste com 98% dos municípios com candidatos masculinos.

Entre 2000 e 2024, o número de mulheres candidatas quase dobrou, mas Tania Ziulkoski, fundadora e presidente do Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), acredita que a participação feminina ainda está aquém do esperado, considerando que as mulheres compõem 52% da população brasileira.

Ela ressalta a necessidade de mais mulheres eleitas para a criação de políticas que atendam às necessidades específicas das mulheres e aponta a dificuldade de conciliar a vida política com as responsabilidades domésticas e profissionais como um desafio significativo para as mulheres na política.

O levantamento da CNM, baseado em dados do TSE, traça o perfil das candidatas e candidatos:

– Idade: Mulheres (49 anos), Homens (51 anos)

– Ensino Superior Completo: Mulheres (79%), Homens (55%)

– Casados*: Mulheres (56%), Homens (69%)

– Buscam reeleição: Mulheres (18%), Homens (20%)

– Brancos: Mulheres (62%), Homens (62%)

O estudo também revela que 52% das candidatas se concentram em cinco partidos principais: MDB (13%), PT (11%), PSD (10%), PL (9%) e União (9%).

Pela primeira vez, o pleito de 2024 contará com candidaturas exclusivamente femininas em 101 cidades, sendo 24 delas com candidatura única.

Em 189 municípios, há mais candidatas do que candidatos homens, como em Arceburgo, no sul de Minas Gerais, onde duas mulheres estão concorrendo ao cargo de prefeita, algo inédito para a cidade.

A presidente do MMM, Tania Ziulkoski, também destaca a questão da violência política de gênero como um obstáculo para a participação feminina na política.

Um levantamento da CNM revelou que 60,3% das prefeitas e vice-prefeitas já foram vítimas de violência no ambiente virtual, e 53,1% enfrentaram violência política de gênero.

Recentemente, a Comissão Mista de Combate à Violência Contra a Mulher do Senado Federal realizou uma audiência pública sobre o enfrentamento da violência política de gênero.

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