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O Partido Socialista Brasileiro (PSB), de São José de Ribamar, entrou na justiça contra o prefeito e candidato à reeleição Dr. Julinho (Podemos) e o candidato a vice-prefeito e assessor especial, Natércio Santos, por suspeita de compra de voto.

De acordo com a denúncia, conversas WhatsApp revelariam uma trama orquestrada por Natércio para comprar votos, usando a máquina pública. Prints anexados à ação mostram conversas em que Natércio ofereceria empregos com altos salários na prefeitura de São José de Ribamar. Segundo uma conversa vazada, o negócio seria fechado mediante o pagamento de um valor pago antecipadamente. Logo após, as pessoas envolvidas seriam incluídas na folha de pagamento no mês seguinte.

De acordo com denúncia, a dupla tem praticado “atos de abuso de poder econômico e político, além de diversas condutas vedadas aos agentes públicos, com claro intuito de obterem vantagem na concorrência ao pleito deste ano, violando, assim, a igualdade devida entre os candidatos à prefeito e o equilíbrio do pleito”.

Em um dos áudios, Natércio, hoje candidato a vice, diria a uma líder comunitária:

– Minha amiga, posso te botar na radiologia no hospital? Eu tenho uma solução, pra gente mediar a solução l.

A líder comunitária responderia:
– Qual seria, meu anjo?

Natércio – Mas eu precisaria que tu fechasse logo hoje comigo, pra me ajudar hoje, pra eu te dar uma ajuda hoje, entendeu?

Líder Comunitária – Ahan
Natércio – E aí a gente fecha logo hoje o compromissocomigo, aquele que mantém, já tá tudo resolvido. Aí depende de ti, posso te ajudar logo.

Líder Comunitária – Não, como lhe falei, meu acordo tá fechado independente de qualquer coisa, ajudando meusamigos, meu acordo está fechado.

Natércio – Você já tá compromissando, já tá fechado. Eu quero te ajudar, quero te ajudar.
Aí bato uma foto contigo, faz um registro no partido e amanhã vem tomar um café com dr. Julio e pronto.

Líder Comunitária – Pronto, tranquilo, tranquilo, mas o negócio lá…

Natércio – Passa aqui em casa umas 4..5 horas…

Líder Comunitária – Mas o emprego é na prefeitura ou é lá na empresa terceirizada?
Natércio – Não, aquele lá tá certo, depois tu vai lá pro Estado, viu?

Líder Comunitária – No Estado, né?
Natércio – É, com nosso deputado.
Líder Comunitária – E do técnico de radiologia?

Natércio – Vai ser no instituto.
Líder Comunitária – É terceirizado ou prefeitura?

Natércio – É terceirizado no município.
Líder Comunitária – O meu que é do estado, né?

Natércio – O teu que é do estado. […] inaudível

Natércio – …falando mal de mim.
Líder Comunitária – É verdade, porque o senhor sabe que o negócio pode pegar, né?

Natércio – E vai ficar onde? Fique tranquila, não tô botando ninguém em situação difícil.
Líder Comunitária – Tá bom, eu agradeço, tá certo?

Natércio – A gente faz a filiação, a gente tira uma foto…[…] inaudível
Líder Comunitária – Tá bom, que horas mesmo?

Natércio – Vou te mandar a localização daqui de casa. 5 horas.

Do compromisso da nomeação de três pessoas, firmado na reunião que aconteceu na chácara do próprio Natércio, pelo menos dois foram nomeados no Instituto, garantem os denunciantes.
Como mostra um dos prints, na segunda-feira a suposta ilegalidade avançaria e os nomes apontados pela líder comunitária seriam, enfim, contratados, e posteriormente se trataria – provavelmente – dos salários dos, agora,novos funcionários.

Na ação do PSB, os advogados dizem que “os áudios demonstram o abuso do poder econômico e compra de votos, como, também, de informações privilegiadas, seduzindo o eleitorado municipal, por meio de promessade emprego”, e pedem a cassação do registro de candidatura e declaração de inelegibilidade por 08 (oito) anos, além de multa.

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