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Um estudo desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificou uma nova variante da leishmaniose resistente ao medicamento mais utilizado para o tratamento no Brasil.

Células do sistema imune infectadas com a cepa de Leishmania amazonensis resistente à anfotericina

A amostra do parasita, retirada de um paciente morador do Maranhão, revelou resistência à anfotericina B, o principal fármaco contra a doença.

Este é o primeiro caso registrado de resistência dessa cepa do parasita Leishmania amazonensis no país.

O paciente, um homem de 46 anos, apresentava o tipo cutâneo (ou tegumentar) da doença, que é transmitida por mosquitos e provoca lesões persistentes na pele.

O paciente havia tentado, sem sucesso, tratar a infecção com anfotericina B, um dos poucos medicamentos disponíveis para esse tipo de leishmaniose.

O achado não deve gerar alarde, mas serve como um alerta para a possibilidade de circulação de cepas resistentes em áreas endêmicas.

De acordo com os pesquisadores, ainda não há evidências de que a doença esteja se tornando mais grave devido a essa resistência.

O estudo conduzido pelo professor Adriano Cappellazzo Coelho envolveu a análise da cepa do parasita tanto em modelos in vitro quanto em camundongos.

Os resultados confirmaram a resistência da cepa à anfotericina B, embora o parasita não tenha demonstrado resistência a outros dois medicamentos testados.

Coelho destacou a importância de ter tratamentos alternativos disponíveis, uma vez que a anfotericina B é um medicamento caro e usado principalmente para casos graves.

O paciente foi tratado com pentamidina, outro medicamento, e teve uma boa resposta, sem recaídas até o final de 2023.

A leishmaniose tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa, que causa feridas na pele e mucosas e é transmitida pela picada de mosquitos infectados.

O tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e envolve medicamentos específicos, repouso e uma boa alimentação.

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