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A amamentação é o único fator que, isoladamente, pode reduzir em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis.

Com o intuito de fortalecer ações em todo o país, o Ministério da Saúde lançou a Campanha da Semana Mundial da Amamentação 2024, que tem como tema “Amamentação, apoie em todas as situações”.

Esta iniciativa está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, voltados para a garantia da sobrevivência e bem-estar das crianças, com foco na redução das desigualdades relacionadas ao apoio à amamentação.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece assistência para mulheres que precisam de apoio ou enfrentam dificuldades com a amamentação, tendo atendido mais de 1,6 milhão de mulheres em todo o Brasil no ano passado, com 36,1 mil atendimentos somente no Maranhão.

O governo federal reconhece as diferentes condições a que milhares de famílias estão expostas e que impactam na amamentação.

A campanha deste ano tem como objetivo garantir o direito à amamentação, com atenção especial às lactantes em situação de vulnerabilidade, além de apoiar a amamentação em situações de emergência, calamidade pública e desastres naturais.

Coordenada nacionalmente pelo Ministério da Saúde, essa é a principal ação de mobilização social em prol da amamentação.

No último mês, como parte das ações do governo federal no Rio Grande do Sul após as enchentes provocadas por fortes chuvas, o Ministério da Saúde enviou 63 litros de leite humano ao estado.

De acordo com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, um pote de 300mL pode alimentar até 10 prematuros ou bebês de baixo peso, e essa doação foi fundamental para ajudar na alimentação e recuperação dos bebês internados nas Unidades Neonatais gaúchas.

A medida reforça o objetivo da campanha de sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de apoio à amamentação, especialmente em momentos de maior vulnerabilidade.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de seis milhões de vidas de crianças são salvas anualmente devido ao aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de vida.

Em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Semana Mundial da Amamentação defende que a população seja informada sobre as desigualdades no apoio e prevalência da amamentação.

Para fortalecer e integrar ações em todo o país, o Ministério da Saúde está desenvolvendo o Programa Nacional de Promoção, Proteção e Apoio à Amamentação, como parte dos eixos estratégicos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do SUS.

O objetivo do programa é incentivar que a amamentação tenha início já na primeira hora de vida do bebê e seja continuada até os dois anos ou mais, de forma exclusiva até os seis meses.

Além disso, visa estimular ações integradas, transversais e intersetoriais de amamentação nos estados e municípios.

Para garantir o acesso à saúde, o Ministério da Saúde está investindo R$ 4,8 bilhões na construção de 36 novas maternidades e 30 novos Centros de Parto Normal, todas com salas de amamentação.

Essas obras, financiadas com recursos do Novo PAC Saúde, beneficiarão cerca de 30 milhões de mulheres.

Embora o Brasil tenha evoluído nas taxas de amamentação ao longo das décadas, ainda está abaixo do recomendado.

A prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de seis meses foi de 45,8% em 2021, segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI).

Na década de 70, as crianças brasileiras eram amamentadas, em média, por dois meses e meio, enquanto agora a duração média é de 16 meses.

A meta estabelecida pela OMS é que, até 2025, pelo menos 50% das crianças de até seis meses sejam amamentadas exclusivamente, com a expectativa de que esse índice chegue a 70% até 2030.

O Ministério da Saúde reforça que a amamentação é a forma de proteção mais econômica e eficaz para reduzir a morbimortalidade infantil, com grande impacto na saúde da criança, diminuindo a ocorrência de diarreias, afecções perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos.

Além disso, traz inúmeros benefícios para a saúde da mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário.

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